A Embraer vai produzir 182 jatos executivos (com opção de mais 30) para a empresa americana Flexjet, em um acordo que pode alcançar US$ 7 bilhões.

O anúncio fez as ações da empresa dispararem 15,5% no pregão de hoje. O papel – que em 2024 foi a maior alta do Ibovespa, com um ganho de 155% – fechou em R$ 66,37, uma nova máxima histórica.

Na Bolsa de Nova York, o ADR subiu 14,8% para US$ 45,76.

O pedido firme (182 aeronaves, US$ 6 bilhões) é o maior já recebido pela área de aviação executiva da companhia, que hoje responde por mais de 40% da operação.

Caso a opção por mais 30 aeronaves seja exercida, será um negócio de 212 aeronaves e US$ 7 bilhões ao preço de tabela atual.

Francisco Gomes Neto

Além de jatos dos modelos Praetor 600, Praetor 500 e Phenom 300E, foram contratados pacotes de serviços e suporte. 

Segundo o JP Morgan, o negócio aumenta a carteira de pedidos geral da Embraer em cerca de 26%, para algo como US$ 29 bilhões; e a de jatos executivos cresce 2,4x, para US$ 10,4 bilhões. 

O CEO Francisco Gomes Neto está expandindo a linha de produção da Embraer em Gavião Peixoto, no interior de São Paulo, e Melbourne, na Flórida, para dar conta do aumento da demanda. 

Os pedidos da Flexjet, somados aos já existentes da NetJets, totalizam mais de 400 aeronaves, o equivalente a 3-4 anos de produção.

Hoje a companhia só não consegue vender mais jatos executivos (e comerciais) por uma limitação no fornecimento de peças (principalmente motores), um problema que começou na pandemia e nunca foi 100% sanado.    

“A expansão da contribuição da aviação executiva para os resultados via crescimento da carteira de pedidos é um pilar importante da nossa recomendação de overweight para a companhia,” escreveram os analistas do banco.

Na mesma linha, o Itaú BBA diz que 80% do crescimento do EBIT da empresa já vem dos negócios de aviação executiva, serviços e suporte. 

A Flexjet, uma empresa americana de leasing e propriedade compartilhada de aeronaves, é parceira da Embraer há duas décadas. Com a encomenda, que também é a maior da história da Flexjet, a empresa vai praticamente dobrar de tamanho em cinco anos.

O JP Morgan tem preço-alvo de R$ 78,00 para a ação da Embraer, um upside potencial de 36% em relação ao fechamento de terça-feira.

O Itaú BBA tem um alvo de US$ 51 para o ADR, 28% acima do fechamento de ontem.