A JHSF concluiu a captação do fundo que comprou todo o estoque pronto e em desenvolvimento de seu negócio de incorporação, levantando R$ 5,25 bilhões para o caixa da empresa e dobrando o tamanho de sua gestora.
A transação foi maior do que o previsto inicialmente (R$ 4,6 bilhões) porque a companhia decidiu vender alguns imóveis a mais – entre apartamentos, casas e terrenos – que anteriormente seriam alugados dentro do negócio de renda recorrente.
Como esperado, a própria JHSF ficou com as cotas subordinadas do fundo imobiliário, uma participação de 24,9% do total do fundo.

As cotas sêniores serão distribuídas pelo Itaú BBA, Bradesco BBI e pela XP, que deram garantia firme na operação. Em outras palavras, caso não vendam para clientes, eles manterão as cotas em seus balanços.
A companhia controlada por José “Zeco” Auriemo Neto já havia anunciado em setembro que faria a venda de seu estoque para um fundo, mas os nomes dos coordenadores e os detalhes da operação não eram públicos.
A transação foi dividida em duas tranches. Dois terços dos recursos vai entrar no caixa até segunda-feira, e o restante será pago em dezembro de 2026.
O CEO Augusto Martins disse ao Brazil Journal que uma parte importante dos recursos, cerca de R$ 1,8 bilhão, terão que ser usados para concluir os projetos vendidos ao fundo e que ainda estão em desenvolvimento.

“Também vamos usar uma parte para amortizar dívidas e o restante vai reforçar nosso caixa para a expansão dos nossos negócios de renda recorrente,” disse o executivo.
Augusto disse que a companhia não pretende usar parte desses recursos para pagar dividendos, como muitas empresas têm feito recentemente para se antecipar à tributação.
A transação também pode ajudar a destravar o valor da ação da JHSF. Hoje a companhia negocia a cerca de 5x EBITDA. Ao se tornar uma empresa com uma estrutura de balanço mais leve e foco em renda recorrente, “ela deveria ser percebida de uma outra forma, e negociar a um múltiplo maior,” disse o CEO.
Empresas comparáveis com a JHSF nos Estados Unidos negociam entre 10x e 15x EBITDA.
A JHSF vale cerca de R$ 5,2 bilhões na Bolsa, com a ação subindo 10% no último mês e mais que dobrando de valor desde o início do ano.
A transação concluída hoje também vai turbinar a JHSF Capital, já que o fundo será gerido por ela. Com a captação, a JHSF Capital vai quase dobrar de tamanho, chegando a mais de R$ 10 bilhões em ativos sob gestão.











