Jack MaO mundo deve se preparar para as consequências do deslocamento que a internet continuará causando na economia tradicional.
 
Esse é o conselho que Jack Ma, o chairman do Alibaba, deu a empreendedores reunidos numa conferência na China no fim de semana, segundo a Bloomberg.
 
Ele previu décadas de turbulência.
 
“Nos próximos 30 anos, o mundo verá muito mais dor do que felicidade,” disse Ma. “Conflitos sociais … terão um impacto em todo tipo de setor e áreas de atividade. ”
 
Ma disse que os países precisam adaptar seus sistemas de educação e estabelecer formas de trabalhar com robôs para ajudar a diminuir o impacto causado pela automação e a nova economia.
 
A certa altura, Ma pareceu sugerir uma forma de lidar com o problema.  “As máquinas só deveriam fazer aquilo que os humanos não podem. Só desta forma poderemos manter as máquinas trabalhando como parceiras dos humanos, em vez de substitutos.”
 
A previsão de Ma vem num momento de ascensão do populismo, alimentado em parte por trabalhadores deslocados pelo binômio globalização e tecnologia que se tornam eleitores frustrados.
 
No varejo tradicional, talvez o setor onde o ‘disruption‘ seja mais visível, o ecommerce está fechando milhares de lojas físicas — um fenômeno mais observável, por enquanto, em países desenvolvidos.
 
Do início do ano até o dia 6 de abril, os varejistas nos EUA já haviam anunciado o fechamento de 2.880 lojas, segundo o The Wall Street Journal, e o Credit Suisse estima que o número ficará em cerca de 8.600 lojas este ano.  (No auge da crise global, em 2008, os fechamentos chegaram a 6.163 lojas.)
 
Pelo menos 10 redes de varejo dos EUA já pediram proteção contra os credores este ano — no ano passado inteiro foram nove — incluindo nomes como The Limited, BCBG Max Azria, Payless ShoeSource e RadioShack.
 
A internet não pode ser culpada por tudo, mas, assim como o crescimento do Wal-Mart e Kmart nos anos 90 fechou as lojinhas familiares, a migração do consumidor para o varejo online agora está varrendo do mapa as redes menos eficientes.  Este ano, roupas e acessórios devem ultrapassar computadores e eletrônicos como a maior categoria das vendas online.