Um ano e três meses após rebaixar a Rede D’Or para ‘neutro’, o Itaú BBA decidiu voltar com a recomendação de ‘compra’ para a empresa de saúde.

Segundo o banco, o earnings momentum, a posição de liderança na indústria e uma posição técnica favorável justificam o upgrade e o aumento do preço alvo de R$ 30 para R$ 33 – um upside de 28% em relação ao preço de tela.

Os analistas Vinicius Figueiredo, Lucca Generali Marquezine e Felipe Amancio também acham que o valuation da Rede D’Or está em um patamar mais atrativo: o papel negocia a um múltiplo P/E de 19,5x para 2024 e 15,1x para 2025. 

Em janeiro de 2023, quando o Itaú rebaixou o papel, a Rede D’Or negociava a cerca de 25x o lucro estimado para os 12 meses seguintes. 

Para os analistas, a Rede D’Or terá uma expansão de margem na operação hospitalar no primeiro trimestre, com aumento de eficiência nos custos de materiais e medicamentos. 

Nas contas do banco, a margem EBITDA dos hospitais deve ser de 24,6% no primeiro trimestre – uma alta de 0,8 ponto na comparação anual e de 1,9 ponto em relação ao quarto tri.

Além da expansão orgânica esperada para esse ano – com a adição de 1.369 leitos – o Itaú acha que a Rede D’Or “é certamente uma concorrente óbvia para comprar os hospitais menores com dificuldades de capital de giro e lucratividade.”

Para completar os pontos positivos da tese, o Itaú diz que a sinistralidade da SulAmérica tem melhorado – apesar de não tão significativamente – com um avanço no controle dos custos e nos respasses mais rigorosos para fornecedores terceirizados.

Com essas medidas, o Itaú estima que o Medical Loss Ratio da SulAmérica deve cair de 86,4% para 82,3% até 2026. 

Do lado dos riscos, o Itaú lembra que a empresa entregou menos leitos do que o esperado (e prometido) em 2022 e 2023.

Além disso, segundo os analistas, à medida que as seguradoras intensificam o controle de custos e de procedimentos de hospitais terceirizados, “há uma preocupação sobre a necessidade de construir provisões adicionais para aumentar a cobertura para os recebíveis vencidos.”

Atualmente, 24% dos recebíveis brutos da empresa estão atrasados há mais de 180 dias e a provisão para perdas de crédito está em 71%.

A ação de Rede D’Or sobe 15% em 12 meses. A empresa vale R$ 59 bilhões na B3.