O Itaú Unibanco lucrou R$ 7,4 bilhões no primeiro trimestre – um resultado 15% acima do primeiro trimestre de 2021 e em linha com o esperado pelo mercado.

O bottom line foi ajudado pelo crescimento da margem financeira com clientes, que avançou 24% para R$ 20 bilhões em meio a um maior volume de crédito e uma mudança no mix de produtos – com mais participação daqueles que têm melhores spreads.

Os analistas do JP Morgan notaram que o resultado também teve alguma ajuda de alíquotas de impostos mais baixas – que ficaram em 29% frente aos 32% estimados pelos analistas.

Mas a surpresa positiva do resultado foi o comportamento da inadimplência – que cresceu menos que nos concorrentes.

O índice de inadimplência acima de 90 dias do banco ficou em 2,6%, uma alta de apenas 10 pontos-base – enquanto Santander e Bradesco reportaram aumentos de 30-40 pontos.

O custo do crédito no Itaú foi de R$ 7 bilhões no primeiro tri, uma alta de 69,5% sobre o quarto trimestre do ano passado. Segundo o banco, o aumento ocorreu pelo crescimento de 57,8% das despesas com provisão para devedores duvidosos (PDD) por conta da expansão da carteira de crédito de varejo ao longo do período.

A carteira de crédito total cresceu 13,9% em comparação ao primeiro trimestre de 2021, e alcançou pouco mais de R$ 1 trilhão.

O retorno recorrente sobre o patrimônio líquido médio anualizado (ROAE) foi de 20,4% — o melhor desde o quarto tri de 2019 — ante 20,2% no quarto trimestre e 18,5% no primeiro trimestre de 2021.

No BTG, o analista Eduardo Rosman destacou a boa performance da operação de atacado do Itaú, que teve retorno sobre capital alocado de 24,4% – no varejo, esse retorno ficou em 18,1%

O ponto negativo foi a queda de 13% para 12,5% no Índice de Capital Nível  1 –  o índice está 1 ponto abaixo da meta do banco, que é de 13,5%, disseram os analistas do UBS BB. Segundo um gestor, isso poderá  levar o Itaú vender a participação de 11,3% recém adquirida na XP pela qual pagou R$ 7,9 bilhões.

O CEO Milton Maluhy Filho disse na call de resultados que o Itaú vai vender a fatia na XP, mas que não há nada decidido sobre como e quando será feito o desinvestimento.

O Itaú manteve o guidance para 2022 e os analistas do UBS BB destacaram que o banco está no caminho para cumprir o ponto médio das estimativas.