O IRB levantou R$ 1,2 bilhão num follow-on vendendo suas ações a R$ 1 – a demanda foi ‘pouco superior’ à oferta.
O papel saiu com desconto de 28,5% em relação ao fechamento de hoje (R$ 1,40). Quando a oferta foi anunciada, há uma semana, a ação estava em R$ 2,01.
A oferta prioritária somou R$ 460 milhões e inclui a participação dos acionistas de referência Bradesco e Itaú, que acompanharam a operação para não serem diluídos.
O IRB precisou do aumento de capital porque ficou ‘desenquadrado’ em relação às exigências da SUSEP, a agência que regula o setor.
No final do segundo tri, o ressegurador reportou uma insuficiência de R$ 613,8 milhões no patrimônio líquido ajustado em relação ao capital mínimo requerido, e uma insuficiência de R$ 730 milhões no enquadramento da cobertura de provisões técnicas e liquidez regulatória.
A empresa ainda sofre os efeitos de fraudes praticadas pela gestão afastada em 2020, e nos últimos trimestres teve perdas com duas quebras de safra consecutivas.
A pergunta no mercado hoje é se o aumento de capital vai ser suficiente para equilibrar a situação da empresa.
Segundo um gestor, a visibilidade do resultado do ressegurador ainda é baixa, e a expectativa é que o terceiro trimestre ainda seja afetado por perdas do agronegócio.
Nesta semana, o IRB levantou R$ 85 milhões com a venda de seu edifício-sede no Rio, e fechou um acordo para receber mais R$ 100 milhões e encerrar uma disputa judicial com os donos do CasaShopping, também no Rio.
Outra preocupação do mercado é com o risco de a empresa ter seu rating rebaixado. O IRB tem rating “brAAA” pela Standard & Poor’s.
Os coordenadores da oferta foram Bradesco BBI, Itaú BBA e Santander.