O Irã anunciou a descoberta de uma reserva de lítio que pode ser a segunda maior do mundo se as estimativas iniciais forem confirmadas.
Segundo o Ministério da Indústria iraniano, o volume estimado é de 8,5 milhões de toneladas de lítio. O número fica atrás apenas das 9,2 milhões de toneladas das reservas existentes no Chile.
Os depósitos do mineral – um elemento-chave para a fabricação de baterias de carros elétricos e celulares – foram encontrados na província de Hamedan, no oeste do Irã.
A eletrificação da economia tem pressionado os preços do mineral no mercado internacional nos últimos anos – a despeito de uma correção nas últimas semanas, entre outros motivos, por causa de uma desaceleração da economia chinesa.
O Irã está em conversas com possíveis investidores privados que aceitem fazer a mineração em um regime de parceria com o governo.
O anúncio iraniano, no entanto, ocorre num momento em que a oferta internacional de lítio vem se expandindo, depois do ciclo de investimentos realizado nos últimos anos.
“Vemos muito lítio saindo das minas. Esperamos um aumento de 38% na oferta de lítio neste ano,” Matty Zhao, head de metais básicos para Ásia Pacífico do Bank of America Securities, disse à CNBC. “Provavelmente 2023 será um ano de oferta acima da demanda.”
A estrategista do BofA disse ainda que as vendas de carros elétricos na China, depois de uma alta de 95% ano passado, devem desacelerar para um avanço de 22% este ano.
Para a Goldman Sachs, a oferta de lítio deve crescer 34% em média até 2025, enquanto a demanda aumentará em ritmo menor, de 25%, segundo a Reuters.
Nesse cenário, a Goldman estima que o preço médio da tonelada de carbonato de lítio pode recuar de US$ 53 mil para US$ 34 mil nos próximos 12 meses – uma desvalorização superior a 35%.
Em 2021, o preço médio foi de US$ 13,9 mil e, em 2022, puxado pelo salto na demanda de carros elétricos, a cotação havia superado US$ 86 mil no ano passado.
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