Num momento em que o mundo cripto está crashing and burning, a Iporanga começou a captar seu terceiro fundo, buscando oportunidades em startups e fintechs com foco em blockchain, web3 e criptomoedas.

A gestora de venture capital – que tem investimentos em companhias como Loggi, Quero Educação e Buser – disse que já levantou US$ 20 milhões de um total planejado de US$ 100 milhões, e espera atingir o restante no primeiro semestre.

“Antes, nós éramos agnósticos e investíamos em todos os setores,” diz Leonardo Teixeira, um dos sócios do Iporanga. “Mas o Brasil está fazendo escola no mundo nos serviços financeiros e as oportunidades estão lá.” Leo Teixeira Iporanga

O Iporanga Early Stage 3 é quase tão grande quanto a soma dos dois fundos anteriores – que levantaram US$ 125 milhões.

A mudança de perfil de empresas buscadas tem ajudado a atrair investidores, especialmente os estrangeiros, em um momento no mínimo complicado para o ecossistema. Segundo Renato Valente, outro sócio da Iporanga, como o Brasil está melhor posicionado do que outros emergentes, os gringos ainda estão otimistas com o País.

“Como disse o Stuhlberger, o Brasil vai ganhar por WO. Estamos conversando com alocadores americanos, asiáticos e até do Oriente Médio,” Valente disse ao Brazil Journal. “E as fintechs estão atraindo esses investidores por apresentarem um maior ROE.”

Não à toa, a origem do dinheiro do fundo 3 deve se inverter em relação aos fundos anteriores: agora, 70% do dinheiro deve vir de fora do País.

Renato ValenteA Iporanga pretende fazer cheques entre US$ 750 mil e US$ 1,5 milhão para cerca de 30 empresas em estágio pre-seed ou seed, e reservar caixa para follow-ons nas séries A e B.

Esses valores representam praticamente o dobro do que a empresa se acostumou a desembolsar desde 2011. Segundo Teixeira, está mais caro para um empreendedor tirar a empresa do papel, especialmente nos segmentos do fundo.  

A Iporanga busca um retorno em dólar de pelo menos 30% em dólar ao ano. Segundo os sócios, o primeiro fundo está com um retorno de 60% ao ano, em dólar. Uma das apostas iniciais da gestora foi a Loggi, ainda na fase de Powerpoint.

O fundo já deve anunciar o primeiro investimento depois da virada do ano.

PLAY: Os gestores da Iporanga falam de toda a estratégia para o novo fundo ao Brazil Journal (vídeo acima).