A Insider Store — que ficou conhecida na pandemia por suas máscaras e camisetas antivirais — acaba de levantar R$ 12 milhões numa operação de venture debt que vai financiar a expansão da marca de roupas nativa digital.
O empréstimo foi feito pelo BoostLAB — o hub de tecnologia do BTG Pactual — que já fez operações semelhantes com o Zoom (que usou os recursos para comprar o Buscapé e criar a Mosaico) e com a construtech Brasil ao Cubo.
O acordo também inclui um equity kicker que permitiria ao BoostLAB capturar parte da valorização da Insider caso a startup faça algum evento de liquidez nos próximos cinco anos. Caso seja exercido, o BoostLAB ficará com menos de 5% do capital da Insider.
“Essa rodada vai ser uma ponte entre o modelo bootstrap que estamos rodando há 4 anos e uma próxima captação,” o cofundador Yuri Gricheno disse ao Brazil Journal. “Queremos validar alguns pontos para fazer uma rodada bem maior mais à frente.”
Segundo ele, o plano é levantar um Series A no final do ano ao redor de R$ 120 milhões, o equivalente a 2x a receita projetada para este ano.
A Insider nasceu da dificuldade do fundador de encontrar uma undershirt — as camisetas usadas embaixo da camisa — que de fato absorvesse o suor e o odor. Na falta de um produto no mercado, ele decidiu criar o próprio.
A partir da camiseta original, a Insider aumentou seu portfólio para incluir cuecas, camisetas básicas e roupas para a prática de esportes. Mais recentemente, a marca lançou também uma linha feminina.
A Insider está tentando cavar seu nicho num mercado extremamente sensível a preço e em que boa parte das varejistas aposta no modelo de fast fashion — em que novas coleções são lançadas com frequência.
“Nosso objetivo é bem diferente,” disse a co-fundadora Carolina Matsuse. “Queremos que as roupas sejam o mais duráveis e sustentáveis possíveis e preferimos cobrar um preço premium para conseguir investir em tecnologia.”
Enquanto as camisetas básicas tradicionais são feitas de algodão, as da Insider são feitas com um material chamado “modal” (uma fibra de celulose tratada e reutilizada que aumenta a durabilidade e o conforto do tecido), disse Carolina.
Ano passado, a Insider faturou R$ 31,5 milhões, 5x mais que em 2019. De janeiro a julho, o faturamento já bateu R$ 25 milhões e a meta é fechar o ano em R$ 60 milhões.
A Insider tem geração positiva de caixa desde o começo e vinha crescendo apenas com capital próprio. Os recursos levantados com o BTG serão investidos em time, novos produtos e marketing.
A startup planeja ampliar seu portfólio — com o lançamento de calças e shorts — e também entrar em categorias como mesa e banho.
O objetivo final: aumentar o tíquete médio e o engajamento dos clientes com a marca.
“Seria um tiro no pé se estivéssemos aumentando o portfólio e a aderência fosse baixa. Mas os estudos que fazemos nos lançamentos mostram que a canibalização é muito baixa, e que os novos produtos aumentam muito o lifetime value dos clientes,” disse Yuri.