A IMC — a dona do Viena, Frango Assado e Pizza Hut — levantou R$ 200 milhões com a emissão de uma debênture que substituirá uma dívida cara que a empresa carrega no balanço.

A debênture vai custar CDI + 3,6% e terá prazo de cinco anos, com vencimento em março de 2028 e carência de 36 meses para a primeira amortização.

Já as dívidas que serão pagas tinham um custo de CDI + 5%, e algumas tinham vencimentos ao longo deste ano.

O UBS BB coordenou a emissão da dívida e encarteirou 100% da emissão. No futuro, o banco pode distribuir os títulos a outros investidores. 

No final do terceiro tri, o último reportado, a IMC tinha dívida bruta de R$ 610 milhões e uma dívida líquida de R$ 305 milhões, o equivalente a 2,5x seu EBITDA dos últimos doze meses. Os covenants limitavam a alavancagem a 3x. 

Ao longo do quarto tri, no entanto, a IMC reduziu significativamente sua dívida bruta ao vender suas 13 lojas no Panamá por R$ 210 milhões; metade desse valor foi usado para quitar dívidas. 

O reperfilamento da dívida vem num momento desafiador para o mercado de crédito, com muitas empresas buscando equacionar sua estrutura de capital e os bancos e credores cada vez mais restritivos.

A redução do custo nesse ambiente mostra um voto de confiança do UBS BB com a estratégia da IMC, depois da empresa ter comido o proverbial pão que o diabo amassou na pandemia. 

Nos últimos anos, o CEO Alexandre Santoro tem focado em aumentar a eficiência operacional, simplificar o negócio com a venda de alguns ativos e melhorar a estrutura de capital. 

A última emissão de dívida da IMC foi feita em 2020, no auge da pandemia. 

A IMC vale R$ 580 milhões na Bolsa. O maior acionista da companhia é a UV Gestora, que tem 29% do capital. A empresa recentemente removeu um poison pill que obrigava o acionista que passasse de 30% a fazer uma oferta por toda a companhia.