A IMC — a dona dos restaurantes Frango Assado e Viena – chegou a um acordo com a Yum! Brands, a dona do KFC e Pizza Hut, colocando fim a uma arbitragem que se desenrolava há quase dois anos.
A arbitragem começou no início de 2021, quando a Yum entrou com uma ação cautelar contra a IMC pedindo o fim do contrato de master-franquia do KFC no Brasil.
O contrato original entre as duas empresas previa uma obrigação de crescimento mínimo da marca KFC que a IMC não conseguiu entregar, em grande parte por conta da pandemia.
Pelos termos do novo acordo, a IMC se manterá como master-franqueada do KFC para as regiões Sul e Sudeste do Brasil. O contrato, que ia vencer em 2027, foi renovado até 2032.
A Yum ainda não decidiu o que fará com as outras regiões do Brasil, mas, para a IMC, o impacto será pequeno.
Das 132 lojas que o KFC tem no Brasil, apenas 14 estão fora do Sul e Sudeste.
“É um acordo muito importante para a agenda de crescimento da IMC,” o CEO Alexandre Santoro disse ao Brazil Journal. “Dada a situação, foi o melhor acordo possível para os dois lados.”
A notícia deve tirar um peso da ação da IMC, já que o KFC representa hoje 20% da receita do grupo e é uma das marcas do portfólio com o maior potencial de crescimento.
Segundo o CEO, o novo acordo pressupõe a abertura de mais 400 lojas do KFC, no Sul e Sudeste, ao longo dos próximos dez anos — uma média de 40 lojas por ano.
A IMC vai abrir tanto lojas próprias quanto franquias e um dos focos será as lojas de rua, com drive thru. Hoje, a companhia tem 62 lojas próprias do KFC, mais ou menos metade do total, e boa parte dos restaurantes está dentro de malls.
O faturamento de todo o sistema KFC (contando lojas próprias e franquias) gira em torno de R$ 650 milhões — com mais ou menos metade disso indo para a IMC.
Caso o acordo não fosse fechado, a IMC continuaria operando as lojas próprias, mas pararia de receber os royalties das franquias e não poderia mais subfranquear a marca.
Além do KFC, a IMC pretende focar sua expansão no Frango Assado e na Pizza Hut. Para o Frango Assado, Santoro vê potencial para dobrar ou triplicar, nos próximos anos, o parque de 25 lojas apenas em São Paulo, onde a empresa mapeou mais de 1.000 postos com potencial para ter um serviço de alimentação.