A XP acaba de atualizar sua tese para a Marcopolo, colocando a empresa como a sua top pick no setor de bens de capital.
O time de analistas da corretora reiterou a recomendação de ‘compra’ e aumentou o preço-alvo da fabricante de carrocerias de ônibus de R$ 8 para R$ 11,50 – um upside potencial de 40% em relação ao preço de tela.
A Marcopolo fechou hoje em alta de 3,45%.
Os analistas Lucas Laghi, Fernanda Urbano e Guilherme Nippes deram quatro razões para o otimismo com a ação: o valuation atrativo; o forte momentum para o setor por conta da demanda reprimida por ônibus; um dividendo maior nos próximos anos; e o aumento da liquidez do papel.
A XP vê a Marcopolo negociando a 6,4x o lucro estimado para 2025 – um desconto de 33% em relação ao valor que a corretora considera justo e 51% abaixo da média histórica.
O momento para o setor é positivo, segundo a XP. Para os analistas, há uma grande demanda reprimida desde a época da pandemia e uma frota cada vez mais envelhecida de ônibus. A volatilidade das passagens aéreas também joga a favor do setor.
Nas contas dos analistas, há um gap acumulado de 3,9 mil unidades no período de 2019-2023 – e como a Marcopolo se mantém com cerca de 50% de marketshare, ela deve absorver boa parte da demanda.
Com esse cenário promissor, a XP também enxerga uma perspectiva melhor para a geração de caixa nos próximos anos – o que deve levar a retomada da distribuição de dividendos mais robustos.
Nos cálculos dos analistas, o dividend yield da Marcopolo deve subir para 8% neste ano, 9% em 2025 e 10% em 2026 – mantendo-se entre 8% e 10% até 2030.
“Após mais de seis anos com distribuição limitada de dividendos, vemos o dividend yield mitigando parte do risco caso os múltiplos mais altos não se materializarem,” escreveram os analistas
Com uma valorização de 250% nos últimos dois anos, a XP também vê um interesse maior do mercado pelo papel, que teve um aumento significativo da liquidez. Atualmente, a ação negocia cerca de R$ 77 milhões por dia, 2,7x a mais em relação a outubro do ano passado.
“Por fim, se a ação for incluída no Ibovespa, um fluxo adicional poderá aumentar o interesse no nome,” escreveram os analistas.
A ação da Marcopolo sobe 82% nos últimos 12 meses. A empresa vale R$ 8,6 bilhões na B3.