Uma boa empanada faz você abrir as pernas.
Se você pensou besteira, calma lá.
Na América Latina, o termo “abre piernas” é antigo. Ele se refere àquela empanada tão suculenta que, ao comê-la sentado, você precisa abrir as pernas para não se sujar com o molho que escorre.
Quanto mais “abre piernas”, melhor a empanada.
Esse foi o conceito que fez a La Guapa crescer no Brasil. Fundada em 2014, pela chef Paola Carosella e pelo atual CEO Benny Goldenberg, a rede de empanadas hoje vende 600 mil empanadas/mês em suas 36 lojas em cinco estados.
A empresa faturou R$ 75 milhões no ano passado – e pretende chegar a R$ 100 milhões em 2025.
Para entregar esse crescimento, a La Guapa acaba de receber um investimento do Gran Capital Partners. Além da Gran, a gestora Concept, que já havia investido na La Guapa em 2020, entrou com 20% do montante do aporte.
O valor total do investimento não foi revelado.
O Gran Capital Partners é ligado à família fundadora da Gran Coffee, uma das maiores fornecedoras de máquinas de bebidas quentes do País. Com dinheiro da família e de investidores profissionais, a gestora criou um fundo de R$ 150 milhões para investir em até cinco empresas de alto crescimento no segmento de alimentos e bebidas.
Antes da La Guapa, a Gran Capital já havia investido no Sterna Café.
Com o dinheiro no caixa, a La Guapa quer acelerar o crescimento de vendas e a abertura de restaurantes.
No ano passado, a empresa entrou em franquias – a primeira está chegando este ano no aeroporto de Congonhas – mas manterá seu foco nas lojas próprias, especialmente nas capitais.
Segundo Paola, a demora para entrar em franquias aconteceu por “empanadas serem feitas com arte”, e para trazer o negócio até aqui “foi preciso um caminho de muito aprendizado.”
Benny disse que o conceito das lojas da La Guapa é inspirado em redes como a Chipotle e o Shake Shack – fast food sim, mas com qualidade.
“É um exemplo conceitual de você não ter garçom na loja, mas conseguir oferecer um produto de altíssima qualidade em um ambiente gostoso,” disse ele.
A La Guapa prevê abrir 10 lojas próprias e 10 franquias este ano. Em 2030, o objetivo é ter algo entre 100 e 150 unidades.
Hoje todas as empanadas são produzidas na cozinha central da La Guapa, na região da Vila Leopoldina em São Paulo, onde trabalham cerca de 80 pessoas.
As empanadas são ultracongeladas e distribuídas para as lojas. Lá são colocadas em fornos de alta temperatura e, segundo Paola, ficam tão boas quanto as frescas.
“O ultracongelamento evita a formação de cristais de água que prejudicam a textura. Além disso, a massa foi desenvolvida para reter umidade interna sem ficar encharcada por fora, e os fornos de alta temperatura garantem uma casca crocante que segura o recheio suculento,” disse ela.
Nos últimos anos, a companhia investiu R$ 5 milhões e triplicou o tamanho do espaço, que agora tem a capacidade de produzir 3 milhões de empanadas/mês.
“A fábrica é capaz de suportar a expansão para o Brasil inteiro. A indústria do food service já está bem estabelecida para que a gente consiga fazer uma distribuição nacional,” disse Benny.
O otimismo com a expansão também se explica pela força da La Guapa no delivery: cerca de 50% das vendas da empresa vêm das entregas realizadas pelas lojas.
