O JP Morgan reiterou sua recomendação de ‘compra’ para a Hypera, apesar de reduzir seu preço-alvo e as projeções para o lucro, dizendo que espera que a companhia consiga entregar seu plano de redução de estoques mais rápido do que o previsto.
Com o aumento do custo de capital, o banco reduziu o preço-alvo de R$ 36 para R$ 29, o que ainda representa um upside potencial de mais de 60% em relação ao preço de tela.
A ação da Hypera sobe cerca de 1% hoje para R$ 18,57, com a companhia valendo R$ 11,7 bilhões na B3.
“Apesar de operar num mercado resiliente e tipicamente previsível, o ambiente tem sido mais desafiador do que o antecipado pela Hypera,” escreveu o time liderado por Joseph Giordano.
“A companhia descontinuou seu guidance anual por dois anos seguidos e iniciou um processo para reduzir o estoque de alguns canais buscando diminuir a volatilidade do sell-in [a venda da fabricante para os varejistas].”
Esse processo foi iniciado no terceiro tri do ano passado e a expectativa era que ele fosse concluído até o final deste ano.
“No entanto, o crescimento do sell-out [as vendas dos varejistas para o consumidor final] está se materializando acima do esperado com um crescimento da indústria de 14% no quarto tri versus a projeção de 10%,” diz o relatório. “Isso nos leva a achar que a conclusão dos ajustes de estoque vai acontecer já no segundo tri deste ano, mas com uma margem EBITDA menor do que a esperada dada a necessidade de aumentar os investimentos em marcas.”
Dado esse cenário, o JP Morgan elevou as projeções para a receita da companhia em 6% para este ano e em 15% para 2025. O lucro por ação, no entanto, foi reduzido em 26% e 6%, respectivamente, dada a menor margem EBITDA e a alta dos juros.
“Apesar das melhores expectativas para a receita, achamos que ela deverá contrair no primeiro trimestre, limitando o momentum de curto prazo,” diz o JP.
O banco nota, no entanto, que o valuation da Hypera está descontado, com a companhia negociando a 10x o lucro estimado para este ano e a 6x o lucro do ano que vem, somado a uma taxa de crescimento média estimada em 20% para os próximos cinco anos e uma “sólida” geração de caixa livre que deve garantir um bom dividend yield de 6%.
O relatório não citou a recente oferta de aquisição da companhia feita pela EMS, mais tarde retirada pela companhia de Carlos Sanchez.