A HRT acaba de divulgar Fato Relevante dizendo que a Discovery Capital, uma gestora que tinha cerca de 18% da empresa, reduziu sua participação para 0,16% do capital da HRT.

O anúncio vem dois dias depois de um grande bloco de ações ser vendido no mercado, o que

gerou especulação sobre a Discovery ter jogado a toalha

, já que a HRT ainda está para encontrar seu primeiro barril de petróleo e o empresário Nelson Tanure agora controla a empresa de fato.

No entanto, no mercado financeiro, nem tudo é o que parece. O mercado dispõe de instrumentos que permitem a um fundo transferir sua posição para outros veículos (outras PJs) de forma a não ter que avisar ao mercado sobre cada movimentação sua. Estes instrumentos — conhecidos como contratos de swaps — permitem que o dono de uma ação transfira a titularidade das ações para um ou mais bancos, com os quais assina um contrato.

Pelo contrato, o banco é remunerado para agir como uma “barriga de aluguel”, carregando a posição do cliente, a qual, dependendo do tamanho, não tem mais que ser reportada ao mercado.

Por exemplo, se a Discovery quisesse vender sua participação original na HRT, teria que comunicar ao mercado toda vez que vendesse 5% da empresa. Assim, como ela tinha 17,7% da HRT, teria que comunicar ao mercado quando o lote caísse abaixo de 15%, de 10% e de 5%.

Se, no entanto, a Discovery transferiu sua posição para bancos através de swaps (mantendo menos de 5% em cada banco), ela consegue vender suas ações de forma discreta, sem ter que reportar suas vendas.