A Neuralink – a startup de Elon Musk que busca criar uma interface para conectar o cérebro humano aos computadores, acaba de fazer seu primeiro implante cerebral – um marco que poderá revolucionar o tratamento de doenças motoras, curar deficiências visuais e transformar a interação do homem com as máquinas.

Segundo Musk, a operação ocorreu no último domingo, e o paciente se recupera bem. “Os resultados iniciais são promissores na detecção de sinais neurais,” escreveu o empresário no X.

A Neuralink desenvolve chips para serem instalados na região do cérebro responsável pelo controle das intenções de movimento.

Se bem-sucedida, a tecnologia poderá fazer com que as pessoas usem os computadores e celulares apenas com o pensamento. Será possível escrever textos ou dar comandos aos aparelhos eletrônicos sem a necessidade de teclados ou de instruções por voz.

Mas são as aplicações na área médica que mobilizam os maiores interesses no desenvolvimento dos chips cerebrais.

Os implantes poderão, eventualmente, restabelecer o movimento de pessoas com paralisias e reverter doenças motoras como a esclerose lateral amiotrófica (ELA). Está em estudo também a recuperação da visão.

Os primeiros voluntários admitidos pela Neuralink para participar dos testes são pessoas que tiveram os movimentos afetados por causa de lesões na coluna cervical ou pacientes de ELA.

Segundo Musk, a tecnologia a ser testada inicialmente se chama Telepathy.

“Imagine se Stephen Hawking pudesse se comunicar mais rápido do que um datilógrafo ou um leiloeiro,” disse Musk. “Essa é a meta.”

A Neuralink, fundada em 2016, recebeu em maio a autorização da Food and Drug Administration para iniciar os testes com humanos, depois de diversas tentativas anteriores de ganhar o aval da agência.

De acordo com o Wall Street Journal, seu valuation foi estimado em U$ 3,5 bilhões em uma rodada de investimentos ocorrida em novembro.

Quando deu início a seleção de candidatos em setembro, a Neuralink informou que os testes iniciais faziam parte da pesquisa do PRIME, sigla para precise robotically implanted brain-computer interface.

O implante possui um chip e ligado a ele há dezenas de eletrodos ultrafinos que são conectados no cérebro para captar os sinais elétricos dos neurônios.

A empresa de Musk não está sozinha no desenvolvimento dos implantes cerebrais. A primeira a receber autorização da FDA para realizar os testes foi a Synchron, em 2021.

Os primeiros resultados promissores começam a aparecer. A Blackrock Neurotech, outra startup desenvolvendo implantes cerebrais, disse que seus pacientes foram capazes de mover um braço biônico a partir do pensamento.