O Bank of America revisou os números consolidados da Hapvida e Notre Dame Intermédica e rebaixou a recomendação para a companhia de ‘compra’ para ‘neutra’.

O banco cortou seu preço-alvo em 32%, de R$ 17 (inicialmente atribuído à Hapvida) para R$ 11,50 (HAPV + GNDI).  As duas companhias iniciaram em fevereiro o processo de integração da fusão.

A ação da Hapvida caía 2,5% por volta das 12h30 para R$ 9,90, enquanto o Ibovespa recuava 1,7%.

Os analistas Fred Mendes, Gustavo Tiseo, Mirela Oliveira e Lucca Brendim disseram que esperam um crescimento menor para o  negócio daqui para frente.

Segundo eles, as duas companhias mais que dobraram o total de beneficiários desde 2017 por conta de M&As – de 4,3 milhões de vidas para 8,7 milhões em 2021.

Nesse período, o market share saiu de 10% para 19% com planos de até R$ 300 mensais.  Esse percentual sobe para perto de 45% se for considerado apenas o segmento de low ticket.

Nesse patamar da empresa, o BofA acha que será cada vez mais difícil conseguir manter o mesmo ritmo de crescimento, e reduziu de 5% para 3,5% ao ano a estimativa de crescimento orgânico a médio e longo prazo.

Os analistas também acreditam que a empresa deve diminuir os  M&As por dois motivos: os potenciais alvos diminuíram, já que a maioria das grandes empresas já foram adquiridas; e hoje é mais barato  crescer organicamente, já que os M&A estão saindo a R$ 1,5 mil por vida em comparação a R$ 500/vida do crescimento orgânico.

O BofA nota que o resultado de curto prazo está pressionado, com a adição de apenas 14 mil vidas no primeiro trimestre – resultado de uma queda de 20 mil vidas na Hapvida e da adição de 34 mil na Intermédica.

A média dos últimos 4 anos para as empresas era de um crescimento de 50 mil beneficiários por trimestre. Os analistas disseram que, para cumprir a promessa de crescimento de 1 milhão de vidas em 3 anos por conta de sinergias da fusão, a empresa precisaria adicionar 150 mil a 200 mil vidas por trimestre.

Nas contas do BofA, a Hapvida está negociando a 33x o lucro estimado para 2022 e a 24x para 2023. O chamado PEG ratio – a divisão do P/L pelo CAGR dos últimos anos – está em 1,3x.