A Goldman Sachs reduziu seu preço-alvo e estimativas de lucro para o Mater Dei depois de incluir no modelo a venda do Hospital Porto Dias e os resultados do segundo trimestre, que vieram abaixo do esperado.
O banco colocou um preço-alvo de R$ 8,10 na ação, em comparação aos R$ 9,50 de antes, e manteve a recomendação de ‘compra’.
O papel negocia hoje a R$ 4,53, o que representa um upside potencial de 78% para o target da Goldman. O papel cai 0,44% no início do pregão.
“A revisão para baixo em nossas estimativas para 2025 e 2026 são principalmente por conta da exclusão dos ativos operacionais do Porto Dias (345 leitos) e da maior margem EBITDA no mix,” escreveu o analista Gustavo Miele.
“Também estamos incorporando os números do segundo tri em nossas estimativas, cuja performance abaixo do esperado aliada a taxas de juros mais altas também levou a uma revisão parcial de nossas estimativas.”
A Goldman reduziu sua estimativa para a receita de 2025 em 17,2%, para R$ 2,2 bilhões, e do EBITDA em 27,6%, para R$ 474 milhões. O banco também cortou suas projeções para o lucro líquido, em 42,2%.
Para 2026, os cortes foram de 18%, 29,2% e 35,4%, respectivamente.
O Mater Dei anunciou a venda do Hospital Porto Dias em maio, e a transação foi concluída neste mês.
A companhia havia comprado o ativo em 2021, pagando R$ 800 milhões em cash e mais 27,2 milhões de ações da Mater Dei, avaliadas à época a R$ 22/ação. Na venda, o Mater Dei recebeu R$ 400 milhões em dinheiro, R$ 10 mi em dividendos e as 27,2 milhões de ações de volta.
A companhia disse ainda que já havia recebido R$ 180 milhões em dividendos e com a utilização de créditos fiscais — resultando num prejuízo total com a venda de R$ 210 milhões.
“Como já falamos antes, vemos méritos estratégicos no desinvestimentos, já que ele reduz o risco do perfil de recebíveis da companhia e pode melhorar a conversão de caixa,” escreveu Miele. “O perfil de recebíveis do Porto Dias parece ter deteriorado de forma material desde a aquisição, indicando uma baixa geração de caixa com o ativo tendo uma exposição relevante a alguns pagadores de autogestão, que não tem expectativa de melhora.”
Para a Goldman, a venda também vai ajudar em novos investimentos de menor risco, como o hospital que o Mater Dei está construindo em São Paulo numa JV com a Atlântica, do Bradesco Seguros.