A Omega Energia acaba de levantar US$ 183 milhões em equity com a Goldman Sachs e um project finance de US$ 40 milhões com um sindicato de bancos — concluindo o funding necessário para a primeira fase do complexo eólico que a empresa está construindo no Texas.
Até agora, a Omega já havia investido US$ 219 milhões de capital próprio no Goodnight 1, que deve começar a operar em novembro do ano que vem com uma capacidade de 265 megawatts.
O investimento da Goldman foi estruturado como um tax equity — uma modalidade de investimento subsidiada pelo Governo americano que permite às empresas compensar os investimentos em energia renovável pagando menos impostos.
Tipicamente, o tax equity é feito por empresas altamente lucrativas, como bancos, que se associam a desenvolvedores que não conseguem fazer um uso eficiente desse benefício fiscal.
No caso da Omega, a Goldman terá uma classe de ações específica que garantirá a ela o uso do benefício. Depois de 10 anos (quando o uso do benefício acabar), ela passará a ter ações da mesma classe que a Omega, equivalentes a cerca de 5% do capital do Goodnight 1.
“Com esse investimento já estamos totalmente equacionados do ponto de vista de funding para terminar o investimento, e com um sponsor que é referência nesse assunto,” o CEO Antonio Bastos disse ao Brazil Journal.
O Goodnight 1 é a primeira fase de um projeto dividido em três etapas. Na segunda, a Omega vai construir outro parque eólico com a mesma capacidade do primeiro (265 MW). Na terceira, outro parque de 175 MW. Há ainda o projeto de parque solar de 300 MW mais adiante.
Quando tudo estiver operando, os ativos nos Estados Unidos devem representar cerca de 20% do EBITDA da Omega, segundo o CEO.
O plano da Omega, no entanto, é operar no mercado americano com uma estratégia diferente do Brasil, reciclando o capital para novos projetos.
“Vamos criar os projetos e estruturar tudo, mas quando eles já estiverem operando vamos vender metade e usar os recursos para investir em novos parques,” disse o CEO. “A ideia é que a gente continue operando o ativo, mas traga um sócio para o negócio.”
Segundo ele, em meados do ano que vem a Omega já deve começar a buscar um comprador para o Goodnight 1. A geradora também vai começar a buscar investidores para o Goodnight 2, que deve começar as obras no segundo semestre do ano que vem. A Goldman é uma opção natural.
Antonio disse que a Omega decidiu investir nos EUA porque o mercado tem muito crescimento contratado e uma falta de capacidade de execução.
“Os EUA devem ter uma expansão de 300 GW de energia renovável até 2030 por conta das políticas do Governo Biden. São quase dois Brasis!” disse o CEO. “É um crescimento tão grande que achamos que vai faltar capacidade de execução.”
Segundo ele, os projetos nos EUA têm retornos semelhantes aos do Brasil em termos do spread em relação aos títulos públicos atrelados à inflação. “O risco-país lá obviamente é muito menor, então o retorno absoluto é menor. Mas como spread do risco, são retornos bem equivalentes.”
O project finance para o Goodnight 1 veio da Mitsui, Rabobank e do Mitsubishi UFJ Financial Group (MUFG).
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