A General Atlantic e o Dragoneer estão propondo fechar o capital da Arco Educação, tirando a dona dos sistemas COC, Dom Bosco e Ari de Sá da Nasdaq num momento em que a ação negocia perto do low histórico.
A oferta está sendo feita a um prêmio relativamente pequeno: US$ 11 por ação, 22% acima do preço de tela. O papel fechou hoje a US$ 9,04.
As duas gestoras já têm 3,5% da companhia e estão oferecendo comprar todo o free float (hoje, 51% do capital).
Os outros 49% estão nas mãos dos fundadores — o CEO Ari de Sá Cavalcante Neto e seu pai, Oto de Sá Cavalcante — que estão apoiando a oferta pública de aquisição (OPA). A família propõe somar suas ações às dos ofertantes, mas não vai colocar dinheiro no negócio.
Se sair no preço da oferta, a OPA deve movimentar cerca de US$ 313 milhões.
Numa carta enviada ao conselho da Arco, a GA e o Dragoneer dizem que como “investidores de longo prazo da companhia acreditamos que estamos particularmente bem posicionados para liderar uma OPA e para sermos parceiros de companhia em seus objetivos estratégicos de longo prazo.”
Após o fechamento do capital, os fundadores devem continuar com o controle de fato da companhia, dado que vão manter o mesmo poder de voto que têm hoje (suas ações de Classe B dão direito a 10 votos por ação, contra 1 voto das ações Classe A).
A OPA vem num momento em que a correção brutal das ações de tecnologia e a alta dos juros em todo o mundo mudou o tradeoff entre crescimento e margem para muitas empresas, particularmente no setor de tecnologia.
A Arco fez seu IPO em setembro de 2018, precificando sua ação a US$ 17,50 e sendo avaliada em US$ 850 milhões.
Não está claro qual das partes originou a ideia da transação, se a família Cavalcante ou os fundos. Também não está claro se a oferta envolve os acionistas da Isaac, que devem ficar com 15,8% da empresa numa transação que ainda não fechou.
Não há bancos envolvidos na transação.
A Arco reporta o terceiro tri amanhã, depois do fechamento do mercado.