A WEG negocia hoje a 5,6 vezes seu faturamento, 29x o EBITDA do ano que vem e 38 vezes o lucro de 2022 — quase múltiplos de tech para uma das mais respeitadas companhias industriais brasileiras.
Mas para o analista Marcelo Motta, do JP Morgan, ela deveria negociar 66% acima do preço de tela.
Num call fora do consenso, Motta carimbou um preço-alvo de R$ 60 para dezembro de 2022. O papel negocia a R$ 36.
Na semana passada, Motta já havia produzido um verdadeiro manual — 70 páginas — sobre a tese de investimento na WEG.
Entre os grandes bancos que fazem preço, só o JP Morgan hoje tem ‘compra’ no papel.
O novo preço-alvo do banco vem depois da WEG publicar seus resultados do 2º trimestre, na quarta-feira.
O lucro líquido de R$ 1,13 bilhão foi 120,6% acima do mesmo período de 2020, e o EBITDA quase dobrou (+90,2%) para R$ 1,39 bilhão.
No dia do resultado, a ação disparou mais de 8% para R$ 37,20, mas devolveu parte dos ganhos ontem e hoje.
A visão positiva do JP sobre WEG se ancora em três fatores: a capacidade da companhia de continuar a encontrar novos caminhos de crescimento, como sua entrada nos segmentos de renováveis, e-mobility e indústria 4.0 nos últimos anos; um crescimento sólido, com expectativa de aumento de receita de 31% em 2021 e 16% em 2022; e sua exposição aos mercados internacionais.
O banco diz que a WEG pode “dobrar de tamanho a cada 5 ou 6 anos graças a seu alto crescimento e sólida execução”.