Grandes bancos de investimento, muitos deles com sede na Avenida Faria Lima em São Paulo, o centro financeiro do País, estão preparando demissões devido à falta de perspectiva de melhora nos negócios de IPOs e corretagem para 2015.
Os cortes vão desde a Goldman Sachs até o líder de mercado entre os bancos de investimento, o Itaú BBA.
No BTG Pactual, há um clima de apreensão, particularmente entre os associates mais júniores. Com a deterioração dos mercados de dívida e ações, o foco do mercado se voltou para o gigantesco portfólio de private equity do banco, onde muitas empresas precisam de novos financiamentos ou de uma nova injeção de capital.
“Está ruim pra todo mundo. A diferença é que uns vão ter um ano ruim, outros vão ter um ano horroroso,” disse o chefe de um desses bancos de investimento.
Além de suas áreas de fusões e aquisições, os grandes bancos mantêm estrutruras para fazer operações relacionadas ao mercado acionário (equity): times de analistas que produzem relatórios sobre empresas, corretoras e banqueiros que fazem a estruturação de IPOs.
Com a incerteza eleitoral do segundo semestre deste ano e a perspectiva de que o ajuste fiscal brasileiro manterá a economia em standby ao longo de 2015, os bancos agora estão tomando a decisão de desmobilizar essas áreas.
BTG, Itaú, Credit Suisse e Merrill Lynch, que têm as maiores estruturas de equity, estão sofrendo, mas ainda podem contar com um fluxo de negócios relevante devido à escala de suas operações. Ainda assim, nem nestes bancos os cortes estão descartados.
Já um segundo pelotão de bancos — que inclui Morgan Stanley, Goldman Sachs, JP Morgan e Santander — não tem a mesma escala e por isso perdem dinheiro mais rápido.
“Tivemos um ano bom, mas o ano que vem não tem a menor chance de ser tão bom,” disse o chefe da área de banco de investimentos de outro banco.