Um comentário do Itaú que saiu hoje de manhã fez preço na ação da Petz, fazendo o papel ganhar 4,8% num dia em que o Ibovespa caiu 0,5%.
No comentário, enviado pelo time de sales do banco a gestores e clientes, o Itaú notou que a Petz tem hoje uma posição short muito grande: 51 milhões de ações, o equivalente a R$ 400 milhões, ou 15% do free float e 4 dias de negociação do papel.
Essa posição vendida é alta – mas não é a maior dos últimos anos. No início do ano, a posição vendida na companhia chegou a bater 70 milhões de ações.
O Itaú disse que, além disso, “todo mundo já sabe” que o segundo tri da companhia deve desapontar – ou seja, o resultado ruim já estaria no preço.
Isso, somado à underperformance do papel – que não participou do rali das últimas semanas – pode ter feito alguns ‘vendidos’ começarem a cobrir as posições, desencadeando a alta de hoje.
“Parece que [a Petz] virou um consenso ‘sell’ de muita gente no varejo, e a gente já viu como funcionam esses calls consensuais em véspera de resultado…,” disse o Itaú no comentário.
A Petz vem sinalizando ao mercado que espera uma pressão na margem EBITDA no segundo tri e uma margem estável no consolidado do ano.
No primeiro tri, a companhia surpreendeu ao entregar uma expansão de 0,5 ponto na margem EBITDA, depois de dizer ao mercado que ela viria flat.
Um investidor notou que hoje foram negociadas 5 milhões de call spreads com vencimento no final de agosto e strike entre R$ 6,99 e R$ 8,99. Ou seja, o investidor comprou simultaneamente uma call de R$ 6,99 e vendeu uma call de R$ 8,99, o que permite ganhar com a alta da ação neste intervalo de preço com uma perda limitada.
Na prática, isso significa que alguns investidores estão se posicionando para o caso do resultado do segundo trimestre surpreender.
A ação da Petz negocia perto do low histórico de R$ 5,52 atingido em abril. O papel, que negociou a R$ 27,80 em agosto de 2021, hoje sai a R$ 7.
A Petz vale R$ 3,25 bilhões na Bolsa.