O Softbank Innovation Fund — um fundo de US$ 5 bilhões dedicado à América Latina — está começando a tomar forma, e deve estrear com mais velocidade do que o mercado espera.
O CEO do Softbank Latin America, Marcelo Claure, está entrevistando dezenas de pessoas para compor a liderança do time, incluindo Paulo Passoni, o ex-executivo da Third Point que está no processo de montar sua gestora de private equity, disseram ao Brazil Journal pessoas familiarizadas com as conversas.
Uma decisão pode ser anunciada já na semana que vem, e os primeiros investimentos devem acontecer ao longo das próximas duas ou três semanas.
Depois do primeiro, “devemos anunciar um ou dois investimentos por mês,” Marcelo disse ao Brazil Journal, de Tóquio, esta madrugada.
O pipeline está robusto: os times liderados por Marcelo estão conversando com 140 companhias na América Latina. (Três semanas atrás, eram apenas cinco.)
Nas últimas semanas, Marcelo visitou empresas no Brasil, Argentina e Colômbia.
O time já inclui Shu Nyatta — um americano que trabalhava no Vision Fund e tem conversado com startups em nome do novo fundo — e um time da McKinsey que inclui Massimo Mazza, um veterano de 16 anos da firma de consultoria. Mazza já se comunica com startups usando um email do Softbank.
Marcelo tem dois papeis dentro do Softbank. Ele é o chief operating officer do SoftBank Group — a companhia com US$ 420 bilhões de ativos sob gestão fundada por Masayoshi Son — e CEO do Softbank Group International.
Nesta posição, 40 CEOs de investidas do Softbank se reportam a ele. Além disso, Marcelo é o gestor do Innovation Fund (o fundo Latam) e do Latin American Tech Hub, um veículo que ajuda empresas do portfólio do Softbank a penetrar a América Latina.
Como regra geral, nos investimentos acima de US$ 100 milhões o Innovation Fund e o Vision Fund racharão o cheque, investindo juntos. Para os tíquetes abaixo deste patamar, o Innovation investirá sozinho. (Como toda regra pode haver exceções.)
“No final das contas, somos uma só companhia,” disse Marcelo.
A chegada de um player com o poder de fogo do Softbank se tornou o assunto das últimas semanas no ecossistema de VCs e PEs em São Paulo.
“Sentimos que há um vácuo de capital depois da Series A e queremos que o empreendedor possa focar em inovação e não em ficar levantando recursos,” disse Marcelo.
Diversos investidores acreditam que os fundos de ‘early stage’ vão se beneficiar com a injeção de mais liquidez na cadeia de valor. Já os fundos de ‘late stage’ — como General Atlantic, Advent, Tiger e TPG — devem sentir mais concorrência.