A Odebrecht está contratando a Lazard para retomar o processo de venda de sua participação na Braskem, uma fonte com conhecimento do assunto disse ao Brazil Journal.
 
As reuniões entre o management da holding e o banco de investimentos já estão acontecendo.
 
A relação não é nova: foi o Lazard que representou a Odebrecht nas conversas com a LyondellBasell, que terminaram sem acordo no início de junho.
 
A contratação do banco mostra disposição da Odebrecht de buscar um comprador para a Braskem, mas uma venda efetiva — se acontecer — ainda deve demorar meses.
 
A petroquímica precisa cumprir um ‘checklist’ de pendências antes que um comprador possa fazer uma oferta com algum grau de segurança.
 
O maior problema da companhia é o passivo gerado por sua operação de salgema em Alagoas, que supostamente teria feito bairros de Maceió afundarem. Ninguém sabe o tamanho das indenizações que a Braskem terá que pagar, caso seja considerada responsável pela Justiça, o que tem levado a uma faixa ampla de especulações.  O Ministério Público de Alagoas já chegou a pedir R$ 20 bilhões em indenizações. 
 
A Braskem encomendou estudos para quantificar o passivo, e dados preliminares indicam que a exposição da empresa seria uma fração disso. As soluções possíveis passam pela celebração de um TAC com o Ministério Público ou a criação de um ‘escrow account’ para isolar o comprador do passivo.
 
O segundo problema a ser resolvido é o formulário 20F da empresa.  O 20F é a versão americana do “relatório anual” da companhia.  O auditor da Braskem tem se recusado a assinar o 20F, o que impediu a companhia de entregar os relatórios referentes aos anos de 2017 e 2018.  Com isso, a Bolsa de Nova York suspendeu a negociação com a ação da empresa. 
 
Finalmente, Petrobras e Odebrecht precisam chegar a um acordo sobre como proceder.  Se dependesse da Petrobras, a estatal unificaria as classes de ações e organizaria uma venda pulverizada de sua participação na Braskem na Bolsa.  A Odebrecht resiste.  
 
Complicando a situação, os bancos credores da Odebrecht, que têm ações da Braskem como colateral, não executaram as garantias.  Resultado: a Odebrecht ainda tem a útima palavra sobre como e quando sua participação na Braskem será vendida.
 
O trabalho da Lazard será gerar interesse pela Braskem para além da Lyondell.  O banco deve procurar petroquímicas como NovaChem e Borealis, além de iniciar conversas com outros investidores que manifestaram interesse. 
 
SAIBA MAS