A Braskem está trabalhando com o Citi e Santander num processo de venda de sua operação nos Estados Unidos, uma tentativa de desalavancar a empresa em meio a resultados declinantes e um ciclo petroquímico desfavorável, fontes a par do assunto disseram ao Brazil Journal.
No processo, a Braskem está tentando conciliar maximização de preço com agilidade na venda, que deve mirar principalmente players estratégicos com capacidade de funding.
Segundo uma das fontes, os ativos da empresa nos Estados Unidos valem mais de US$ 1 bilhão. São três fábricas de polipropileno no Texas, West Virginia e Filadélfia, com uma capacidade de produção de 2 milhões de toneladas por ano.
A Braskem reporta os números da operação dos Estados Unidos junto com a Europa, que tem uma representatividade significativamente menor (uma capacidade de pouco mais de 600 mil toneladas/ano).
No segundo tri, essas duas operações fizeram uma receita de US$ 739 milhões e um EBITDA negativo de US$ 8 milhões (contra US$ 46 milhões positivos no segundo tri do ano passado). As duas operações fizeram uma receita de US$ 3,6 bilhões em 2024, com um EBITDA de US$ 177 milhões.
A decisão de vender os Estados Unidos vem num momento em que a Braskem continua reportando resultados amargos. No segundo tri, a companhia viu sua receita líquida cair 14% ano contra ano, e o EBITDA derreteu 77%. O bottom line foi negativo em US$ 45 milhões e a companhia teve uma queima de caixa de US$ 256 milhões.
A alavancagem fechou o trimestre em 10,5x EBITDA, em comparação as 8x do tri anterior.
O resultado de hoje pressionou a ação – que operou a manhã em queda de 4% e agora negocia ao menor nível dos últimos 15 anos – e a dívida no mercado internacional, que cai entre 3% e 4% hoje.