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A Arco Educação está negociando a compra da Escola da Inteligência, uma plataforma que ajuda a desenvolver habilidades socioemocionais em alunos do ensino básico e médio, numa transação que avalia o negócio criado pelo psiquiatra e escritor Augusto Cury em R$ 1 bilhão, pessoas próximas ao negócio disseram ao Brazil Journal.

11127 532b550a 67a5 ef7a 8453 e218e6736c37A Escola da Inteligência deve faturar cerca de R$ 300 milhões este ano.  As conversas estão na reta final.

Segundo três pessoas a par da negociação, a Arco está pagando R$ 600 milhões por 60% da Escola, cujo método é usado por mais de 400 mil alunos em mais de 1.200 escolas conveniadas de todo Brasil. Os 40% restantes vão ficar com a família Cury e são objeto de uma put (um direito de venda contra a Arco) ao final de três anos. A Arco também deve ter um direito de compra.

Camila Cury vai continuar como CEO do negócio fundado por seu pai. Autor mais lido do Brasil, Cury já vendeu mais de 25 milhões de livros e escreveu best-sellers como “Ansiedade”, “Prisioneiros da mente” e a trilogia “O Vendedor de Sonhos”.

A Arco e os Cury esperam sinergias significativas quando a Arco começar a distribuir o novo conteúdo junto às 4.800 escolas que hoje já usam seu sistema de ensino.  A família espera participar deste upside ao reter a participação minoritária.

A metodologia criada pela Escola da Inteligência promove a melhoria dos índices de aprendizagem, disciplina, relações interpessoais e uma maior participação da família na formação integral dos alunos. 

A vasta maioria dos envolvidos – professores, alunos e seus pais – reportam melhor qualidade de vida e bem-estar psíquico depois da aplicação do programa, aplicado em 1 hora-aula por semana como parte da grade curricular.

Esta é a maior aquisição do CEO Ari de Sá Neto desde que a Arco comprou a Positivo por R$ 1,65 bilhão em maio do ano passado.

O BTG Pactual está assessorando a família.

Num vídeo de 2015 sobre a metodologia, Cury diz: “Imagine uma escola que ensine não apenas a língua portuguesa para crianças e jovens, mas também o autodiálogo, a gestão da ansiedade e timidez, o debate de ideias, a capacidade de se colocar no lugar do outro e de pensar antes de reagir, para desenvolver relações saudáveis.  Pense numa escola que não ensine apenas a matemática numérica, mas também a matemática da emoção, em que dividir é aumentar, que ensine a superação do bullying, a resiliência, a capacidade de trabalhar perdas e frustrações dentre outras funções nobres da inteligência.”