Depois de um apelo de Joe Biden, a Câmara dos EUA aprovou um projeto que busca barrar a greve nas ferrovias – o que colocaria o país num caos logístico no período de festas de fim de ano. 

Pela legislação, trabalhadores e empresas serão obrigados a aceitar os termos de um acordo oferecido em setembro, quando houve também a mediação de Biden. Com a resistência de algumas centrais sindicais, a negociação emperrou.

A votação na Câmara teve amplo apoio entre representantes de ambos os partidos, com 290 votos a favor e 137 contra. A lei ainda precisa passar pelo Senado, o que deve ocorrer em breve. 

A greve dos trabalhadores das ferrovias nos EUA está marcada para 9 de dezembro. 

Uma lei federal dá ao Congresso o poder de interferir em disputas trabalhistas do setor ferroviário, mas essa prerrogativa não era usada desde 1992. Se o projeto for aprovado pelos Senadores, os 12 sindicatos que representam os 115 mil trabalhadores da categoria serão forçados a aceitar os termos estabelecidos. 

Em busca de atenuar a resistência dos ferroviários, um projeto adicional também aprovado pela Câmara assegura aos ferroviários o direito de 7 dias de ausência ao ano por razões médicas. 

Pela proposta negociada em setembro, os trabalhadores terão um reajuste de 24% nos salários, além de um pagamento adicional de US$ 11 mil. É o maior reajuste em quatro décadas – mas a inflação no País não era tão alta também desde os anos 1980.

Quatro sindicatos, entretanto, consideraram insuficientes as contrapropostas oferecidas pelas empresas. Sem a validação de todos os sindicatos, o acordo não foi adiante. 

Os ferroviários se queixam da falta crônica de funcionários e da imprevisibilidade nos turnos de trabalho. Além do reajuste dos salários, a lista de reivindicações inclui respeito aos dias de folga, menos descontos salariais por causa de ausências por motivos de saúde e contratação de mais funcionários.  

Estimativas de associações empresariais apontam para um prejuízo de US$ 2 bilhões ao dia, caso a paralisação aconteça. 

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