CEOs e CFOs das maiores empresas americanas procuraram demonstrar sensibilidade e prometeram engajamento para mudar o racismo endêmico e violento que resultou no assassinato de George Floyd há uma semana — e de inúmeros negros nos últimos anos nas mãos de policiais.

Os comentários abaixo foram feitos entre sábado e domingo, depois que protestos contra a brutalidade policial tomaram conta de 30 Estados americanos e se tornaram, também eles, violentos.

10890 7883bba4 b4e7 4137 400e 5b556e3df9f4Larry Fink, o CEO da BlackRock, escreveu sábado no Linkedin que “nenhuma organização está imune aos desafios impostos pelo preconceito racial”, mas que “como uma empresa comprometida com a igualdade racial, nós também precisamos analisar onde existe disparidade racial em nossas próprias organizações e não tolerar nossas deficiências.”

10335 fdd33bf8 b17d 0049 0016 52ff34910675O CEO do JP Morgan, Jamie Dimon, e o chefe global de diversidade e inclusão do banco, Brian Lamb, disseram aos funcionários num comunicado que “estamos assistindo, ouvindo, e queremos que cada um de vocês saiba que estamos comprometidos em lutar contra o racismo e a discriminação onde quer que eles existam, e de qualquer forma que se apresentem … Os terríveis eventos desta semana em Minneapolis, juntamente com muitos outros que ocorrem em nosso país, são trágicos e comoventes.”

O CFO do Citigroup, Mark Mason, escreveu no site da empresa que reagiu com “horror, nojo e raiva” ao assistir o vídeo da morte de George Floyd. “Embora eu seja o CFO de um banco global, os assassinatos de George Floyd em Minnesota, de Ahmaud Arbery na Geórgia, e de Breonna Taylor no Kentucky são lembretes dos perigos que os negros americanos como eu enfrentamos em nossa vida cotidiana”, escreveu Mason.

O chairman e CEO da Goldman Sachs, David Solomon, disse numa mensagem de voz aos funcionários do banco: “Continuo sofrendo pelas vidas de George Floyd, Ahmaud Arbery, Breonna Taylor e inúmeras outras vítimas do racismo”.  Solomon também falou sobre as cenas de violência e vandalismo nos protestos, dizendo que elas “não têm lugar em nossa sociedade e ameaçam minar a mensagem de harmonia e reconciliação de que precisamos hoje mais do que nunca.”

O CEO do Starbucks, Kevin Johnson, condenou as “injustiças raciais” em uma carta aos funcionários.

“Convocamos um fórum para todos os parceiros do Starbucks que se sintam compelidos a participar de uma conversa sobre os assassinatos de George Floyd, Ahmaud Arbery e Breonna Taylor e muitas outras injustiças raciais que abalaram o país inteiro e cada um de nós.  …. Como todos nós lidamos com nossos sentimentos e experiências pessoais em relação a isso, há questões importantes à nossa frente. Como podemos nos ajudar mutuamente a nos curar, e como podemos contribuir para a sociedade de uma maneira positiva e construtiva sobre o tema racismo e injustiça?”

Na Apple, o CEO Tim Cook 10280 1ba02dd5 504a 0007 0000 35fd3ccd8d01lembrou o longo histórico de racismo institucional nos EUA e disse que “aquele passado doloroso ainda está presente hoje — não apenas na forma de violência, mas na experiência diária de uma discriminação profundamente enraizada,” escreveu.

Vemos isso no nosso sistema de justiça criminal, no número desproporcional de doenças na comunidade negra, na desigualdade nos serviços públicos e na educação que nossos filhos recebem. Embora nossas leis tenham mudado, a realidade é que suas proteções ainda não são aplicadas universalmente.”

Na carta à Apple, Cook também citou as palavras de Martin Luther King Jr: “Toda sociedade tem seus protetores do status quo e suas fraternidades dos indiferentes — notórios por dormirem durante as revoluções. Hoje, nossa própria sobrevivência depende de nossa capacidade de permanecer acordados, de nos ajustar a novas idéias, de permanecer vigilantes e de enfrentar o desafio de mudar.”

O CEO da Apple completou:  “Cada vez que respiramos, temos que nos comprometer a ser aquela mudança e a criar um mundo melhor e mais justo para todos.” 

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