Ainda está difícil, mas cada vez menos pior.

A região da Avenida Doutor Chucri Zaidan, uma área que ainda tenta se consolidar como um dos principais destinos para escritório em São Paulo, está dando sinais de que a demanda está começando a pegar tração — uma boa notícia para a Eztec, que tem apostado nos bairros no entorno da via.

O mais recente indicativo disso foi a velocidade com que o dono de parte do Complexo Rochaverá Corporate Towers conseguiu preencher um relevante espaço que será deixado pela Dow Química, sua maior inquilina até então.

Cerca de 76% da torre D do complexo foi pré-locada pelo fundo imobiliário Arch Edifícios Corporativos (AIEC11) para o grupo Seven. A empresa do setor de saúde passará a ocupar as lajes logo após a saída da Dow Química.

O tamanho da área locada, que ultrapassa os 11 mil metros quadrados, e os termos financeiros do acordo — mais de 30% acima da média dos preços pedidos no entorno, segundo o AIEC11 — chamaram a atenção para a área e para as perspectivas para outras empresas e FIIs que possuem edifícios corporativos por lá.

De acordo com dados das Colliers, a vacância dos edifícios do tipo A e A+ na região da Chucri caiu para 25% no terceiro trimestre de 2024, contra 33% no mesmo período do anterior.

A Eztec é uma das companhias que aposta no eixo de desenvolvimento da região desde o início da Operação Urbana Consorciada Água Espraiada — como é chamada a lei de 2001 que define as regras para uso e ocupação do território formado pelo eixo da Chucri Zaidan com outras duas avenidas, a Luiz Carlos Berrini e a Jornalista Roberto Marinho.

Ao longo da década passada, a incorporadora lançou por lá as duas torres da EZ Towers, e agora trabalha na construção de outro complexo de 144 mil metros quadrados, o Esther Towers, um complexo de duas torres triple-A ao lado do Parque da Cidade.

A previsão é que a construção da primeira torre seja concluída no segundo semestre.

A empresa disse ao Metro Quadrado que está vendo um reaquecimento do mercado de escritórios com o retorno cada vez maior ao trabalho presencial, e que já vem sendo procurada por interessados no Esther Towers.

A região tem se destacado em termos de absorção líquida nos últimos trimestres e já é possível notar uma elevação marginal de preços.

“Um fator determinante para esse movimento é a busca por lajes com preços mais defasados em relação à região da Faria Lima, por exemplo,” disse Caio Araújo, um analista da Empiricus.

Os dados da Colliers mostram que o valor nominal médio da locação foi de R$ 103/metro quadrado na região no terceiro tri (excluindo potenciais carências e allowances), contra uma média de R$ 275 na Faria Lima.

Os imóveis mais novos e as lajes maiores são outras vantagens na competição com praças mais antigas e consolidadas, como a própria Faria Lima, Pinheiros e a Avenida Paulista. 

Porém, apesar dos preços e outros elementos atraentes e o aumento da ocupação no ano passado, a vacância de 25% ainda está longe do patamar de 17% pré-pandemia. Também está elevada na comparação com a média da cidade de São Paulo, que encerrou o ano em 22%, e muito atrás da região da Faria Lima, onde a taxa é de apenas 7%.

Além disso, os aluguéis mais baixos que ajudam a atrair potenciais locatários em busca de custos menores são uma vantagem competitiva, mas reduzem as margens dos proprietários.

“Não vemos hoje com clareza uma recuperação de preços na região, especialmente com o cenário econômico desafiador. Mas a tendência é que a praça continue absorvendo com maior intensidade novas entregas,” disse o analista.

Esta e outras matérias sobre o mercado imobiliário estarão no Metro Quadrado, o novo site que o Brazil Journal lança em breve.

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