Repercutiram bem no mercado os nomes indicados por Simone Tebet para compor sua equipe no Ministério de Planejamento e Orçamento.
O time é formado por pessoas com larga experiência em gestão pública e um histórico de defesa do controle e da avaliação dos gastos do governo.
Trabalhando ao lado da equipe de Fernando Haddad, na Fazenda, caberá ao time do Orçamento reorganizar a gestão dos recursos públicos, dando mais transparência aos gastos, listando prioridades e avaliando se o dinheiro do contribuinte está sendo gasto da melhor maneira.
O time também terá a missão de contribuir para estruturar o arranjo fiscal que dará lugar ao teto de gastos.
“Não temos recursos para resolver os problemas do Brasil, mas nossa prioridade é gastar bem o que se tem, com eficiência” disse Tebet. “Isso requer planejamento e uma avaliação periódica com monitoramento das políticas públicas que estão sendo executadas.”
Nesse aspecto, foi especialmente elogiada a nomeação de Sérgio Firpo, tido como um dos mais competentes microeconomistas do País, para comandar a Secretaria de Monitoramento e Avaliação para o Aperfeiçoamento de Políticas Públicas.
Formado em economia na Unicamp, Firpo fez mestrado na PUC-Rio e doutorado na Universidade da Califórnia em Berkeley. É pesquisador e professor do Insper.
Ele terá como missão coordenar o time que vai avaliar a eficiência das políticas públicas, medir resultados e indicar se os recursos estão tendo o seu melhor destino – algo essencial, e que tem sido feito mais sistematicamente no Brasil desde o Governo Temer.
A secretaria-executiva será comandada por Gustavo Guimarães, um gestor público com muita experiência em Brasília e ótimo trânsito na burocracia federal. Gustavo será o braço direito de Tebet.
Doutor em economia pela UnB e servidor do Senado, já passou pelo Banco Central e Banco do Brasil. Fez parte da equipe de Paulo Guedes, onde foi secretário de Avaliação, Planejamento, Energia e Loteria, e também secretário especial adjunto de Fazenda. Já trabalhou ao lado do economista Marcos Mendes em avaliação de políticas públicas.
A secretaria de Planejamento ficou com a cientista política Leany Lemos, cujo currículo inclui ter comandado a Secretaria de Planejamento do Distrito Federal, no governo de Rodrigo Rollemberg, e do Rio Grande do Sul, na gestão de Eduardo Leite – dois governos com bom histórico fiscal. Leany também foi presidente do Banco de Desenvolvimento do Extremo Sul.
A Secretaria do Orçamento Federal, a “pasta dos nãos”, ficará sob o comando do cientista político Paulo Roberto Bijos, consultor da Câmara, que já foi auditor fiscal e analista no Senado.
Ao lado de Daniel Couri, atual diretor do Instituto Fiscal Independente (IFI), Bijos escreveu um capítulo para o livro Reconstrução: o Brasil nos anos 20 em que os dois tratam da necessidade de modernizar o processo orçamentário. Sugerem, entre outras medidas, a adoção do spending review, algo básico em qualquer empresa, mas raro no setor público: despesa ruim é deixada de lado para abrir espaço para aquelas que valem a pena.
Renata Amaral vai chefiar a Secretaria de Assuntos Econômicos, Desenvolvimento, Financiamento Externo e Integração Nacional. Atualmente professora da American University Washington College of Law, Renata tem PhD pela Universidade de Maastricht, na Holanda, e experiência em negociações internacionais e órgãos multilaterais.
Tem contatos na burocracia de Washington e poderá ajudar, segundo Tebet, a fazer a ponte com financiadores externos, como por exemplo o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), que, pela primeira vez, está sob presidência de um brasileiro, Ilan Goldfajn.
“É um ministério supertécnico, com gente de alta competência e experiência na administração pública. Queremos valorizar os servidores,” disse Elena Landau, que coordenou o programa de governo de Tebet e ajudou a formar a equipe.
A economista Vilma Pinto, uma das grandes especialistas em finanças públicas da nova geração, foi convidada a assumir uma secretaria. Mas optou por ficar no cargo atual, no IFI. Algumas executivas do setor privado também foram sondadas, mas optaram por manter os empregos atuais. Pesou a questão salarial.
Tebet ainda precisa indicar os escolhidos para comandar o IBGE e o IPEA.