A Empiricus, controlada pelo BTG Pactual, está lançando o seu primeiro ETF, que vai acompanhar uma cesta de criptomoedas.
O Empiricus Teva Criptomoedas Top 20 – que vai negociar sob o CRPT11 – foi criado com a Teva, a mesma empresa por trás dos índices usados nos ETFs GURU11, que acompanha carteiras de fundos de ações de grandes gestoras, e TRIG11, que segue as small caps brasileiras, entre outros.
O ETF começou a ser negociado hoje na B3 e contou com R$ 70 milhões de seed money de clientes institucionais da Vitreo, a plataforma de investimentos da Empiricus.
Felipe Miranda, o sócio da Empiricus, disse ao Brazil Journal que o CRPT11 tem três diferenciais em relação a outros ETFs de criptomoedas que estão no mercado: é o mais diversificado, com com 20 ativos; terá o intervalo de rebalanceamento mais curto (mensal), e a menor taxa de administração, de 0,75%.
Segundo Felipe, a maior diversificação e o rebalanceamento mensal são relevantes por conta da dinâmica desses ativos.
“As criptomoedas têm apresentando variações de 3 a 4 dígitos para cima ou para baixo em períodos curtos. O ETF terá mais rapidez para, por exemplo, eliminar da carteira moedas que não façam sentido”, disse. “E uma carteira com 20 ativos abre espaço mais para para capturar o potencial de valorização de outras criptomoedas.”
Apesar da maior quantidade de ativos, o CRTP11 terá uma concentração relevante nas duas principais criptomoedas – Bitcoin e Ethereum terão, juntas, peso de cerca de 83%. (No HASH11, o ETF da gestora Hashdex, o principal do mercado em número de cotistas, Bitcoin e Ethereum respondem por cerca de 96% da carteira de 10 ativos.)
“Essa concentração é inevitável porque essas duas criptomoedas são ainda as principais,” disse Felipe. Um dos backtests feitos na elaboração do CRPT11 identificou que num período de 36 meses, enquanto o bitcoin subiu 1.080%, uma carteira com 20 ativos valorizou 2.300%.
“Mesmo que outros ativos respondam por uma parcela pequena do índice, eles têm impacto expressivo na carteira,” disse.
Felipe disse que o investimento em cripto tem sido cada vez mais procurado pelo investidor pessoa física – o cliente core da Empiricus – e faz sentido como uma pequena alocação do portfólio, dentro do segmento de ativos alternativos (aqueles de mais risco).
Para ele, as criptomoedas estão substituindo em alguma medida a bolsa na cabeça do investidor que quer ganhar dinheiro no curto prazo – apesar de Felipe ressaltar que o investimento em ações deveria ser para a formação de poupança.
“A bolsa brasileira vem performando mal nos últimos anos, não tem mais aquele apelo sedutor de ir para ações para ganhar muito dinheiro de uma hora para a outra. Esse apelo está agora nas criptomoedas, que sobem 1.000%,” disse.