A Eli Lilly está pagando US$ 1,3 bilhão pela Verve Therapeutics, uma biotech de edição genética que está desenvolvendo tratamentos alternativos para a redução do colesterol sanguíneo e o combate a doenças cardiovasculares crônicas.

A Lilly vai pagar US$ 10,50 por ação da Verve, tirando a farmacêutica de terapias alternativas da Bolsa. O valor é um prêmio de 113% em relação à média ponderada dos últimos 30 dias e pode ter um adicional de US$ 300 milhões caso o tratamento em desenvolvimento pela Verve atinja certos parâmetros estabelecidos no contrato.

A notícia fez a Verve disparar 79% hoje na Nasdaq. A Lilly – a maior empresa do mundo em valor de mercado (US$ 754 bi) – recuou 1,5%.

Com sede em Boston, a Verve abriu o capital em 2021. O IPO saiu a US$ 19 e o papel chegou a superar US$ 75 meses depois.

A Lilly já mantinha colaboração com a Verve na pesquisa de um programa de edição genética destinado a reduzir a lipoproteína (a) – um colesterol ‘ruim’ associado à formação de placas nas artérias, elevando os riscos de doenças cardiovasculares.

No ano passado, a biotech precisou suspender os testes clínicos em razão de preocupações quanto à segurança da terapia alternativa. Em abril, a companhia desenvolveu um novo medicamento e anunciou a retomada dos testes.

A Verve-102 é candidata a ser a primeira terapia de edição genética cujo alvo é um gene ligado a altos níveis de colesterol ruim no sangue – uma condição que pode ser resultado de alguma desordem genética, elevando a possibilidade de doenças cardíacas e vasculares.

Sekar Kathiresan, o CEO e cofundador da biotech, disse que a meta é transformar o tratamento de doenças cardiovasculares crônicas para que no futuro o tratamento evolua para uma terapia de ‘dose única’ – abrindo a possibilidade de avanços significativos em uma das principais causas de morte.

“Em apenas sete anos, nosso time obteve progressos em três produtos de edição genética in vivo – e dois deles estão em testes clínicos,” Kathiresan disse ao Wall Street Journal. “Agora vamos realizar os próximos passos do desenvolvimento dos medicamentos com um parceiro ideal.”

Segundo a Bloomberg, a Lilly vem fazendo aquisições para diversificar seu portfólio de medicamentos e se preparar para o fim das patentes de alguns de seus maiores blockbusters, como o Zepbound e o Mounjaro, de controle de peso e combate ao diabetes.

Em janeiro, a farmacêutica pagou US$ 2,5 bi por uma droga contra o câncer que está sendo testada pela Scorpion Therapeutics. Ela comprou também a SiteOne Therapeutics, uma biotech que desenvolve medicamentos para alívio de dores. O valor pago em cash aos acionistas pode chegar a US$ 1 bi caso o laboratório atinja metas estabelecidas.