O chairman da Eletrobras, José Luiz Alquéres, está renunciando ao cargo nove meses depois de assumi-lo.
A informação foi antecipada hoje pelos repórteres do Globo, Ancelmo Gois e Lauro Jardim.
Segundo Jardim, os conselheiros Mozart de Siqueira, representante dos minoritários, e Ana Paula Vescovi, a Secretária do Tesouro Nacional, também estão de saída.
O conselho da Eletrobras começou a se reunir às 10 horas, e a empresa deve fazer algum comunicado ao longo do dia.
Em sua nota, Gois disse que Alqueres está saindo porque o Presidente Michel Temer cedeu a pressões de partidos “e pôs alguns cargos-chaves desse setor no balcão do toma lá dá cá. Esse é o tipo de prateleira, não raro, que costuma empregar incompetentes ou até fornecer clientes para a Polícia Federal. É pena.”
A Eletrobras — uma estatal que emprega apadrinhados dos governantes enquanto gera prejuízos para os governados — parecia ter entrado no caminho certo ano passado com um novo management liderado por Wilson Ferreira, o ex-CEO da CPFL Energia.
Mas fontes do setor dizem que o conselho não tem conseguido implementar suas ideias e não teve input algum sobre a diretoria nomeada junto com Ferreira, tanto na holding quanto nas empresas operacionais. Todas as nomeações passaram pelos partidos. Na diretoria financeira, um cargo-chave para uma empresa com uma agenda de privatização, sequer houve mudança: o titular continua sendo Armando Casado, indicado pelo Governo anterior.
A Eletrobras anuncia hoje seu resultado do quarto trimestre.
O Brasil definitivamente se encaixa na célebre frase de Lampedusa: “Tudo deve mudar para que tudo fique como está.”