A “nova política” está consertando o estrago que a “nova matriz econômica” causou.
Com sua perspectiva de vitória no segundo turno, Marina Silva conseguiu um feito que há muito não se via no mercado de juros do Brasil.
Ontem, pela primeira vez em muito tempo, o custo do dinheiro no longo prazo voltou a ficar abaixo do custo do prazo mais curto.
Na BM&F Bovespa, o contrato de juros com vencimento em janeiro de 2021 fechou a 11,22%. A taxa para janeiro de 2017 fechou em 11,30%.
Isso significa que o mercado está exigindo menos “prêmio” no longo prazo por apostar que o Brasil fará, sim, um ajuste fiscal no próximo ano. Antes, os juros de prazo mais longo só subiam, pois o mercado colocava no preço a contabilidade criativa que o Tesouro ainda faz nas contas públicas e os esqueletos fiscais criados pelo Governo Dilma.
O mercado ainda tem reservas quanto a Marina, mas a dinâmica da curva de juros indica que seu time de assessores econômicos — Eduardo Giannetti da Fonseca, André Lara Resende e Maria Alice “Neca” Setúbal — está conseguindo passar credibilidade.
Amanhã às 14 horas, a Coligação Unidos pelo Brasil, de Marina, lança seu programa de governo com um evento no bairro de Pinheiros, em São Paulo. Vários integrantes do mercado financeiro receberam o convite.