Até dois meses atrás, a Duke Energy, que está tentando vender suas hidrelétricas no Brasil, não tinha nenhum interessado.
Agora, depois de uma mudança palpável na condução do setor, conseguiu três interessados com quem está mantendo conversas: a canadense Brookfield, a espanhola Iberdrola e a China Three Gorges (CTG), a maior geradora de energia do mundo.
A Duke é dona de oito usinas hidrelétricas ao longo do Rio Paranapanema e de duas pequenas centrais hidrelétricas no rio Sapucaí-Mirim. No total, as operações geram uma média de 12 milhões de MW/h por ano.
A Brookfield tem se mostrado o mais ávido comprador de ativos de infraestrutura no Brasil; recentemente, liderou um grupo que comprou os gasodutos da Petrobrás no Sul e Sudeste.
A Iberdrola é acionista da Neoenergia — holding que controla a Coelba, Celpe e Cosern, entre outras — e controla a Elektro em São Paulo.
A Duke começou a operar no Brasil em 1999, quando comprou a Companhia de Geração Elétrica Paranapanema, quando a antiga CESP foi dividida em três. (À época, a AES comprou um outro pacote de usinas, dando origem à AES Tietê.)
O Brasil é hoje o maior investimento internacional da Duke Energy Corporation, uma empresa com valor de mercado de US$ 54 bilhões na Bolsa de Nova York.
Em novembro de 2015, a CTG comprou por R$ 13,8 bilhões as usinas de Jupiá e Ilha Solteira, que pertenciam à CESP e foram retomadas pelo Governo Federal.
Se a CTG comprar as usinas da Duke, estará, na prática, recompondo a antiga CESP e se credenciará como favorita para comprar a parte que falta: a empresa, listada na Bovespa, que o Governo de São Paulo já anunciou que vai privatizar.
A venda dos ativos da Duke deve ser concluída no fim de outubro.