O apetite das drogarias internacionais pelas redes brasileiras deve aumentar.
Há dois dias, a segunda maior rede de farmácias do Chile, a Farmacias Ahumada, foi vendida para a rede inglesa Alliance Boots, que é controlada pela americana Walgreen’s e por fundos de private equity.
Esse movimento da Walgreen’s no tabuleiro internacional deve atiçar sua concorrente americana, a CVS Caremark, que comprou a Onofre no ano passado.
A Ahumada tem mais de 1.400 lojas no Chile e no México, mas, para uma presença de verdade na América Latina, qualquer grupo internacional precisa do Brasil.
Para ter uma escala relevante, o comprador teria que levar a Raia Drogasil, a líder do mercado com 9,4% de participação; ou a DPSP, resultado da fusão da Drogaria São Paulo com a Pacheco; ou a Pague Menos, do empresário Deusmar Queirós; ou ainda a Brasil Pharma, controlada pelo BTG Pactual. (Veja os tamanhos respectivos na tabela abaixo) Geralmente, a disposição de venda das empresas nacionais é inversamente proporcional à saúde dos negócios.
A compra da Onofre, que tinha apenas 44 lojas, foi vista no mercado como apenas um “ensaio” por parte da CVS, uma tentativa dos americanos de aprender sobre o mercado brasileiro antes de voar mais alto. A CVS tem mais de 7.400 lojas nos EUA.
O envelhecimento da população, a crescente formalização do setor e a fragmentação do mercado (o Brasil tem 68 mil farmácias) são os principais fatores que atraem as redes internacionais.
Agora, a venda da Ahumada tem tudo para reaquecer as conversas.