A 2TM — a holding que controla a bolsa de criptoativos Mercado Bitcoin – comprou a fintech Wuzu, uma “exchange as a service” para ativos digitais como tokens e criptomoedas. O valor da aquisição não foi divulgado.
Roberto Dagnoni, o CEO da 2TM, disse ao Brazil Journal que o principal motivador da aquisição é o fato da Wuzu focar no B2B, o que permitirá à 2TM aumentar sua oferta de serviços a esse tipo de cliente no Brasil e no exterior.
A Wuzu foi criada em 2017 por três sócios, Anderson Nery, Bruno Bertoldi e Guilherme Zonatto, que antes de abrir a empresa já se interessavam por bitcoins e perceberam o potencial de crescimento desses ativos, que iriam demandar uma infraestrutura própria.
“A Wuzu nasceu para criar a mesma infraestrutura que a B3 oferece ao mercado tradicional para o mercado de ativos digitais, já com uma plataforma 100% baseada na nuvem e utilizando blockchain para a liquidação e o registro das ofertas”, disse Anderson, o CEO da Wuzu.
A plataforma oferece os serviços de administração do backoffice dos clientes, tokenização e emissão dos ativos e também a estrutura para negociação no mercado secundário. Segundo Anderson, o sistema da Wuzu é extremamente escalável. “Conseguimos montar uma operação desde a oferta inicial dos ativos, sejam eles quais forem, até a negociação em 24 horas em qualquer país”.
A plataforma da Wuzu dá aos clientes todo o ferramental para que eles entrem no mercado de ativos digitais nos formatos white label ou de API. Por conta da regulação atual, cada cliente precisa ter a sua “exchange” para os ativos digitais – se dois clientes do mercado estiverem conectados no mesmo sistema, ficaria criado um balcão eletrônico organizado e só a B3 tem hoje a licença para fazer isso.
Para Anderson, a associação com a 2TM vai permitir que a empresa tenha uma criação mais robusta de produtos para esse ecossistema e consiga colocá-los no mercado mais rapidamente.
Roberto, da 2TM, diz que as criptomoedas já estão virando mainstream e vão se propagar cada vez mais. “Com a Wuzu, teremos um atendimento mais amplo também para o cliente B2B que queira operar cripto em seu front end,” disse Roberto.
Desde 2019, a 2TM vem investindo para criar uma infraestrutura para o B2B na emissão e negociação de ativos.
“Desde que o PayPal começou a oferecer lá fora a compra e venda de criptos e o negócio se mostrou relevante em termos de receita, olhamos isso como uma oportunidade e passamos a oferecer esses serviços no Brasil,” disse o CEO.
A 2TM, que hoje investe em 10 empresas, oferece serviços de infraestrutura como liquidação e custódia, além da produção de relatórios de controle para fintechs, marketplaces e wallets.
Outro diferencial da Wuzu, segundo Roberto, é a equipe que trabalha junto há cinco anos. “Os ativos digitais são um assunto novo e encontrar uma empresa que já tem essa história de cinco anos, com um time que entende muito de blockchain é bastante importante. Estamos trazendo esses talentos para dentro de casa,” disse Roberto.
Com a aquisição da Wuzu, os 198 investidores da CapTable – que aportaram R$ 1,2 milhão na startup há um ano e meio – estão saindo do negócio. Nos cinco anos desde que foi fundada, a Wuzu levantou R$ 7 milhões de investimentos de cinco fundos de venture capital.