A OpenAi — o laboratório de pesquisa por trás do chatbot viral que usa inteligência artificial para fazer basicamente tudo que o usuário pedir — está conversando com investidores para uma rodada que pode avaliar a empresa em US$ 29 bilhões.

O valuation — 2x maior que o da última rodada privada — tornaria a OpenAi uma das mais valiosas startups dos Estados Unidos, apesar de ainda não gerar muita receita. 

Segundo o The Wall Street Journal, que deu a notícia em primeira mão, a captação está sendo avaliada pela Thrive Capital e pelo Founders Fund, duas gestoras de venture capital.

As duas poderiam investir mais de US$ 300 mi na startup numa rodada basicamente secundária, dando saída a funcionários e investidores.

A OpenAi é a empresa por trás do ChatGPT, um chatbot que usa inteligência artificial para imitar uma conversa humana com base em perguntas e pedidos dos usuários, respondendo a milhares de perguntas.

Segundo a empresa, “o formato de diálogo torna possível que o ChatGPT responda perguntas de follow-up, admita seus erros, desafie premissas incorretas e rejeite solicitações inapropriadas.”

O chatbot viralizou por conta de suas respostas extremamente precisas sobre os mais variados temas. Ele também responde a inúmeras solicitações diferentes dos usuários, como escrever um poema sobre determinado assunto, escrever uma dissertação sobre um tema complexo ou até simular uma conversa entre dois adolescentes sobre qualquer tema.  

A OpenAi também criou o Dall E-2, que usa inteligência artificial para criar pinturas e ilustrações extremamente realistas com base nas solicitações dos usuários. Esse tipo de ferramenta ganhou notoriedade depois que uma obra de arte criada por IA ganhou uma competição de arte no Colorado. (Nesse caso, a obra havia sido criada por um concorrente da Dall E-2 chamado Midjourney). 

A OpenAi nasceu em 2015 como uma ONG com o objetivo de realizar pesquisas no campo da inteligência artificial que pudessem beneficiar a humanidade. No início, a instituição foi financiada por nomes como Elon Musk, Reid Hoffman, o fundador do Linkedin, e Sam Altman, o ex-CEO do Y Combinator.

A empresa passou por um shift relevante em 2019, quando Altman assumiu o comando e criou um braço for profit para conseguir levantar recursos para financiar o poder computacional necessário para treinar seus algoritmos.

A OpenAi foi uma das primeiras empresas desse mercado a decidir liberar suas ferramentas para o público em geral. O Google, por exemplo, tem evitado liberar suas soluções de AI em parte por preocupações éticas. 

Ainda que num primeiro momento a tecnologia da OpenAi tenha uma utilidade mais lúdica do que prática, especialistas da indústria acreditam que no futuro ela possa ser uma alternativa relevante aos atuais mecanismos de busca, como o Google e o Bing, da Microsoft. 

Não à toa, a Microsoft já investiu US$ 1 bilhão na OpenAi, ganhando o direito de ser o parceiro de preferência na comercialização de novas tecnologias para serviços como o Bing e o Microsoft Design. 

Segundo o WSJ, a Microsoft também estaria em conversas avançadas para aumentar seu investimento na companhia. 

O objetivo declarado da OpenAi é, no futuro, atingir o que os pesquisadores de IA chamam de “artificial general intelligence”, uma tecnologia capaz de imitar perfeitamente a inteligência e as capacidades do ser humano. 

Altman já disse em algumas entrevistas que as ferramentas da OpenAi poderiam transformar a tecnologia da mesma forma que a invenção dos smartphones fez. 

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