Com a indicação de Daniel Maeda, anunciada ontem pelo Planalto, a Comissão de Valores Mobiliários voltará a ter um técnico da autarquia em seu colegiado.

Daniel Maeda boopo

De 2018 a 2019, Carlos Alberto Rebello Sobrinho ocupou uma cadeira na diretoria. Apesar de ter trabalhado 31 anos na CVM, de 1978 a 2009, à época da indicação, Rebello atuava como consultor. Antes dele, o último técnico a compor o colegiado foi Roberto Tadeu Antunes Fernandes (2012 a 2016).

Daniel, 47 anos, é o atual superintendente de Supervisão de Investidores Institucionais da CVM. Ele foi indicado pelo presidente Lula para completar o mandato de Alexandre Rangel, que renunciou ao cargo em abril, 1 ano e 8 meses antes do prazo.

“Foi uma ótima escolha porque o Daniel é qualificado, tem muita interlocução com o mercado e é muito aberto ao diálogo,” disse um advogado que atua na CVM.

Daniel ingressou na CVM como analista em 2005. Depois foi gerente de registros e autorizações (2009 -2014) e de Estrutura de Mercado e Sistemas Eletrônicos (2014-2016). Está há sete anos na superintendência de investidores institucionais, que cuida da indústria dos fundos de investimento: são R$ 7 trilhões em ativos e 4 mil prestadores de serviço.

Daniel está à frente da atual reforma dos fundos de investimentos via Resolução 175; e também comandou a adaptação da reforma anterior, a Instrução 555, que substituiu a ICVM 409 e foi publicada no final de 2014.

Ele é praticamente uma unanimidade no mercado: “As duas reformas trouxeram mudanças radicais e debates muito complexos e profundos na indústria e ele se tornou uma referência para o mercado,” disse uma fonte. “O Daniel é um dos melhores servidores de carreira que conheço.”

Daniel é formado em Direito e Engenharia Civil. Antes da CVM, trabalhou no Tribunal de Contas do Estado de São Paulo e na Caixa Econômica Federal.

O mesmo despacho presidencial diz que a advogada Marina Copola, que havia inicialmente sido apontada para esse mandato tampão, está sendo indicada para outra vaga na diretoria da CVM, que será deixada pela diretora Flavia Perlingeiro no mês que vem.

Daniel deve ficar no colegiado até dezembro de 2024; Marina, até dezembro de 2028.

A troca da indicação de Marina foi feita porque, diante da demora do agendamento da sabatina da advogada no Senado, ela poderia ficar menos de um ano no colegiado. A escolha de Daniel facilita o cumprimento de um mandato tampão. “Dificilmente alguém de fora aceitaria um convite agora para ficar tão pouco tempo no colegiado.”

Ainda não há data para a sabatina no Senado dos dois indicados.