A CVC está em conversas com Guilherme Paulus, o fundador e antigo controlador da operadora de turismo, sobre um aumento de capital iminente da ordem de R$ 300 milhões, fontes a par do assunto disseram ao Brazil Journal.
As conversas estão sendo lideradas pelo Opportunity, o maior acionista da empresa com 20% do capital e, como sempre acontece nesses casos, não há garantias de que o acordo seja concretizado.
O board da empresa, no entanto, trabalha para anunciar o aumento de capital o mais cedo possível, bem como o novo CEO.
Nos últimos dias, o nome que estava sendo discutido é o de Fábio Godinho, o ex-braço direito de Guilherme Paulus, que foi parte do senior management da CVC e depois CEO da GJP Hotels & Resorts, a empresa de Paulus que é dona de um portfólio de hotéis.
O Citi, que é o maior credor da CVC, está mandatado para o follow-on.
Quando renegociou sua dívida com os bancos, a CVC se comprometeu a levantar pelo menos R$ 125 milhões em equity até novembro, dos quais R$ 75 milhões terão que ser usados para amortizar dívidas.
Mas a ideia do conselho é trazer os novos recursos agora, permitindo que a CVC tenha capital de giro para continuar vendendo, especialmente num momento em que a empresa precisa começar as vendas das férias de julho, um ponto alto do calendário do turismo.
Segundo um analista que acompanha a empresa, grosso modo, para cada R$ 10.000 que vende, a companhia tem que desembolsar R$ 7.000 em até 30 dias. Num pacote de viagem, por exemplo, o bilhete aéreo tipicamente representa metade do custo, e a CVC, como todas as operadoras, tem que pagar as companhias aéreas em 15 dias. Já a comissão de vendas dos franqueados é paga ‘na cabeça’. Do outro lado da operação, o viajante costuma parcelar em 8x ou 10x.
O Opportunity está apostando no CFO Carlos Wollenweber – um veterano da Even e da Direcional – para empreender uma agenda de corte de custos. O SG&A da CVC custa R$ 1 bilhão por ano, um nível que os conselheiros consideram muito alto para uma empresa de franquias.
A companhia está correndo para anunciar o CEO e o novo funding antes da convenção anual dos franqueados, que começa domingo em Camboriú.
Depois da saída de Leonel Andrade, os franqueados têm cobrando da empresa alguma definição de futuro.
A CVC fechou o dia valendo R$ 1 bi na Bolsa. A ação subiu 7,4% num dia de alta generalizada do mercado.