A Cosan acaba de concluir a precificação de seu follow-on anunciado em setembro, levantando R$ 9 bilhões que vão ajudar a holding dona da Raízen, Rumo e Compass a reduzir sua alavancagem, fontes a par do assunto disseram ao Brazil Journal

A oferta — 100% primária — foi desenhada para dar entrada ao BTG Pactual e à Perfin, que concordaram em investir R$ 4,5 bilhões e R$ 2 bilhões, respectivamente. Rubens Ometto, o controlador da companhia, colocou outros R$ 750 milhões por meio de seu family office Aguassanta. 

A oferta — a R$ 5 por ação — é um desconto de quase 20% em relação ao preço de tela.

10560 71c7f80c 8eb0 9f1b 3739 9289fe6880a5Além da oferta-base alocada para BTG e Perfin, o follow-on teve ainda um hot issue de R$ 1,8 bilhão. Desse total, metade foi alocado para o varejo. 

Os R$ 900 milhões restantes foram distribuídos para investidores institucionais, que colocaram ordens de quase R$ 10 bilhões — cerca de 10x o book. Considerando a oferta total de R$ 9 bi, a demanda foi de 2x book.

Para estabilizar o núcleo de controle, a Cosan impôs um lockup de 4 anos em metade da posição de BTG e Perfin e de 3 meses na outra metade. Já a fatia vendida para o mercado terá um lockup de 2 anos para metade da posição e de zero para a outra metade. 

Dada esta restrição, a maior parte dos investidores que entraram na oferta foram fundos locais que tinha um mandato para suportar a iliquidez e representaram 93% da demanda, contra apenas 7% dos fundos internacionais. O book foi dominado por fundos long-only brasileiros, que responderam por 67% do total.  Uma fonte próxima ao BNDES disse ao Brazil Journal que o banco colocou uma ordem na oferta, sem especificar o valor do investimento. 

Agora, ainda esta semana, a Cosan fará uma segunda oferta ao mercado, que deve ficar na casa de R$ 1,3 bilhão, totalizando uma injeção de mais de R$ 10 bilhões na companhia.

A injeção de capital vai reduzir em 57% a dívida líquida da companhia, que fechou o segundo tri em R$ 17,5 bilhões. Para reduzir ainda mais sua dívida, a Cosan também estuda vender participações em alguns ativos ao longo do tempo. Esses movimentos elevam a cobertura de juros da dívida da holding, reduzem a pressão por pagamentos de dividendos das investidas e devem comprimir a alavancagem da Cosan para próximo de zero nos próximos anos.