Delfim Netto acha que o corona voucher veio pra ficar.
“Pela primeira vez, algumas pessoas estão sentindo que é possível uma política de renda mínima,” o economista disse numa call da corretora Necton.
Mas a saída não é tão simples.
“Quando você tentar retirar isso, provavelmente você vai ter pressões gigantescas para estabelecer uma política de renda mínima.”
A História brinca com todo mundo. Nos anos 60, Delfim cunhou a ideia de que era preciso “fazer o bolo crescer, para depois dividi-lo.”
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Sobre o Plano Pró-Brasil – o programa que o governo anunciou para reativar a economia no pós-crise – Delfim não usou meias palavras.
“É a repetição das bobagens do Geisel combinadas com as bobagens da Dilma… Isso virou uma coisa muito perigosa. Uma das poucas coisas boas que esse maluco [Bolsonaro] fez foi dar um pouco de apoio ao Guedes para executar o que ele está fazendo. ”
Na sexta-feira, Delfim faz 92 anos. Continua sendo uma das vozes mais lúcidas do País.
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No mercado de escritórios corporativos, alguns inquilinos têm pedido desconto, mas a contraproposta dos proprietários tem sido oferecer prazo.
“Uma negociação comum hoje é o inquilino pagar 70% do valor do aluguel e os 30% restante pagar em 60 dias,” Felipe Góes, o CEO da São Carlos, disse ao Brazil Journal.
Dos 336 mil metros quadrados de ABL de escritórios, 40% são triple-A e 60%, A.
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Os inquilinos mais afetados são do turismo, varejo e, principalmente, o coworking.
O grande problema é que o locatário típico dos coworkings é de curto prazo e pode romper o contrato com facilidade, já que não há multa. “É o cara que pode trabalhar de casa e é o primeiro a sair quando vem uma crise… A receita vai cair de forma brutal,” diz Felipe.
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Enquanto os shoppings estão fechados, os strip malls da São Carlos estão com 70% da área bruta locável aberta e funcionando, porque atendem a negócios considerados essenciais.
(Pra quem não sabe, os strip malls são aqueles pequenos centros comerciais a céu aberto que geralmente reúnem farmácias, minimercados, pet shops e redes de fast food).
A São Carlos tem 40 desses strip malls, chamados Best Centers, que juntos respondem por 12% da receita. A companhia tem mais 10 terrenos comprados para expandir a rede.
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Nas últimas semanas, 18 plantas que processam carne no Estados Unidos tiveram que fechar as portas: haviam se tornado verdadeiros centros de disseminação do vírus.
O resultado: o estoque de bife para o varejo caiu drasticamente e “está próximo de só durar por mais 15 dias,” segundo Guilherme Cavalcanti, o CFO da JBS. Numa call da Genial, ele disse que “as iniciativas de prefeitos [americanos] fechando plantas estão colocando em risco o abastecimento no País.”
A JBS teve de fechar duas de suas 60 plantas nos EUA, enquanto Tyson, Cargill e Smithfield juntas fecharam 16.
A resposta do governo está pra sair. Segundo a Bloomberg, Trump vai invocar o Defense Production Act, classificando as plantas como “infraestrutura essencial” e obrigando que continuem funcionando.
Nos últimos dias, a Tyson publicou anúncios nos jornais americanos dizendo que a cadeia de suprimento estava “quebrada.”
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A Goldman rebaixou sua recomendação para a Natura de neutra para venda, e deu ao papel um preço-alvo de R$ 26 — um potencial de queda de 26%. Segundo Filipe Villegas, da Genial, é o preço mais baixo do sellside, cuja faixa vai de R$ 26 a R$ 54 (com média em R$ 39).
Talvez por isso, a Natura não participou do rali de hoje, fechando em queda de 1%. A empresa faz 70% de seu faturamento fora do Brasil, mas tem margens mais altas no País.
“A análise da Goldman é de curto prazo, não captura a beleza do longo prazo,” disse um gestor comprado no papel.
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A Via Varejo subiu mais 20% hoje — em cima dos 20% de ontem.
Os números de faturamento divulgados pelo CEO Roberto Fulcherberguer — primeiro no Brazil Journal, depois numa live da XP — continuam deixando os comprados extáticos e alguns shorts, enlouquecidos.
Mas segundo Adeodato Netto, da Eleven Financial, o que mais chamou atenção hoje foi o volume. A ação negociou R$ 2,69 bilhões — o volume de Vale e Petrobras PN somadas.
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Infelizmente, a Saraiva parece mesmo destinada à falência.
Segundo a VEJA, a Justiça acatou um pedido das editoras para que a rede devolva 50% dos livros que estão em seu CD e no estoque de suas lojas no Rio e São Paulo.
A Saraiva — desde o ano passado em recuperação judicial — argumentou que o deferimento do pedido seria sua sentença de falência. As editoras rebateram que a medida impede que elas também sejam “arrastadas à falência, o que levaria a uma crise maior ainda.”
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A briga entre Eneva e AES Tietê ganhou um novo capítulo.
Uma semana depois da Eneva retirar sua proposta de incorporação, a B3 se manifestou ontem sobre o direito de voto das PNs no Nível 2 da Bolsa — o ponto central na discussão jurídica entre as duas companhias.
Sem citar as empresas, a B3 tomou o lado da Eneva.
“Em operações de transformação, incorporação, fusão ou cisão deve ser assegurado direito de voto pleno aos titulares de ações preferenciais,” diz a Bolsa. “Caso ocorra convocação de assembleia geral extraordinária votam todos os acionistas da companhia, de maneira equitativa, sejam titulares de ações ordinárias ou preferenciais.”
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A AES Corp respondeu hoje.
Numa carta endereçada ao CEO da B3, Gilson Finkelsztain, a americana disse que esperava que a Bolsa tivesse se comunicado diretamente com a empresa para entender suas visões e argumentos jurídicos e que, “ao emitir o ofício, a Bolsa interferiu diretamente em uma disputa societária que já estava suspensa.”
A AES sustenta ainda que o ofício da B3 está em desacordo com os regulamentos do Nível 2, que estipulam que o diretor presidente de B3 só pode interferir para solucionar ‘casos omissos’ e ‘situações não previstas no regulamento’.
“A situação comentada pela B3 não é nem ‘um caso omisso’, nem ‘uma situação não prevista’ no regulamento, de modo que sua solução deveria se dar por arbitragem.”
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A British Airways vai demitir 12 mil funcionários, 30% de sua força de trabalho.
O CEO Alex Cruz disse aos funcionários que “as perspectivas para o setor de aviação pioraram ainda mais nas últimas semanas” e que a empresa “precisa agir agora.”
Segundo ele, um retorno para os níveis de viagens de 2019 deve levar “muitos anos.”
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A SAS, uma companhia aérea scandinava, vai dispensar 5 mil funcionários, metade de sua força de trabalho.
A Lufthansa? Está pensando em recuperação judicial, segundo o Financial Times.
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A Quod — o bureau de crédito criado por Bradesco, Itaú, Santander, Caixa e BB — mudou seu comando.
Cassius Schymura assumiu como CEO, substituindo Luiz Flaviano dos Santos, interino desde setembro. Flaviano retorna à função de diretor executivo de operações.
Schymura é um veterano do mercado bancário: trabalhou 15 anos no Santander, onde foi o head de cartões e adquirência e da área digital.
Hoje, é membro do conselho do Banco Sofisa, mentor da Endeavor e co-managing partner da Ipanema Ventures.
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A Brasil Brokers anunciou Arthur Azevedo como seu novo CFO. O CEO Claudio Hermolin acumulava o cargo desde agosto de 2018.
Azevedo tem 30 anos de experiência em finanças e já foi o CFO de empresas como Transpetro, Cacau Show, Whirlpool América Latina e Embraco.