A Unipar Carbocloro e a AES Tietê vão investir mais de R$ 620 milhões num projeto greenfield de geração de energia eólica capaz de suprir 30% da necessidade energética da petroquímica.
Localizado em três municípios da Bahia, o parque terá uma capacidade instalada de 155 megawatts e deve começar a operar em 2023.
O capex — para importar as pás eólicas e comprar geradores e outras máquinas — será dividido meio a meio entre as duas empresas, que criaram uma joint venture para o projeto.
Com a autogeração, a Unipar espera reduzir sua conta de energia em 10%, bem como diminuir sua exposição às oscilações do mercado livre, tornando seus custos mais previsíveis, o CEO Aníbal do Vale disse ao Brazil Journal.
Na indústria de cloro e soda, a eletricidade representa tipicamente 40% de todos os custos variáveis.
“O grande ganho acontece porque passamos a ser enquadrados como um autoprodutor de energia,” disse Aníbal. “Com isso, alguns dos encargos que hoje incidem na energia elétrica — como a conta de desenvolvimento energético — deixam de incidir.”
O investimento é o primeiro da Unipar na autoprodução, e representa quase 10% da receita líquida da empresa, que fatura R$ 3,3 bilhões.
Pelos termos do acordo, o parque será administrado pela AES Tietê e cerca de 90% da energia será consumida pela Unipar, abastecendo sua fábrica em Cubatão. A petroquímica tem outras duas unidades fabris: em Santo André, e em Bahía Blanca, na Argentina.
Outras empresas estão adotando a mesma estratégia. Na semana passada, a Ambev anunciou um acordo com um fundo de private equity para a construção de uma usina eólica que abastecerá todas as suas fábricas no Nordeste.
O parque eólico da Ambev também será construído na Bahia com previsão de começar a rodar em 2022.