A Oi acaba de vender um pacote de 1.641 torres de telefonia celular por 1,17 bilhão de reais.
As torres estão sendo compradas pela SBA Torres Brasil, subsidiária da empresa americana SBA Communications, que tem um valor de mercado de quase 30 bilhões de reais.
A operação mostra como o preço das torres está explodindo no Brasil. No ano passado, o preço médio de venda foi de 380 mil reais por torre. A GP Investimentos acaba de vender sua empresa de torres por algo entre 470 mil e 520 mil reais por torre, dependendo de como se faz a conta. Já a operação da Oi saiu a 714 mil reais por torre. (Numa venda anterior para a SBA, de 2.007 torres, no quarto tri do ano passado, a Oi conseguiu ainda mais: 760 mil por torre).
Uma outra conta também mostra o bom negócio que a empresa fez. A Oi vai pagar 126 milhões de reais por ano para alugar de volta e continuar usando as torres que está vendendo. Isso equivale a 10,7% sobre o preço de venda, ou seja, é como se a Oi estivesse tomando dinheiro emprestado a 10,7%. Como o juro de 10 anos no Brasil está em cerca de 12,11%, é como se a empresa estivesse tomando dinheiro a 89% desta taxa — um custo baixíssimo para uma empresa muito endividada.
Comandada por Zeinal Bava, a Oi tenta reduzir sua dívida líquida de 30,3 bilhões de reais, e vai usar os recursos da venda para alongar os vencimentos de sua dívida e reduzir seu custo de financiamento.
No ano passado, a empresa vendeu a GlobeNet — uma subsidiária dona de um sistema de cabos submarinos de fibra ótica de 22.500 km — para o BTG Pactual por 1,75 bilhão.
Agora, a Oi deve continuar vendendo ativos não essenciais. O próximo alvo é a carteira de imóveis da empresa.
