A Amazon publicou um trimestre acima do consenso, assim como Meta e Microsoft haviam feito no dia anterior — mas a ação está sendo punida porque o negócio de nuvem, a AWS, cresceu menos que as concorrentes e o guidance foi menos espetacular do que o previsto.
Em um momento em que o mercado procura maneiras de justificar os gigantescos investimentos das big techs em AI, a reação do papel mostra que o caminho pode ser turbulento.
O papel cai 8% no final da manhã.
O CEO Andy Jassy reportou receitas de US$ 168 bilhões no segundo tri — acima das expectativas de US$ 162 bilhões e um aumento de 13% ano contra ano.
Além disso, a empresa reportou um capex de US$ 31,4 bilhões no período e se comprometeu a encerrar 2025 com pelo menos US$ 100 bi investidos em AI.
Até aí, um roteiro semelhante às big techs que divulgaram resultados até aqui e que resultou em uma reação de mercado positiva.
O problema na Amazon é que a principal divisão da empresa, a AWS, cresceu “apenas” 17%, para US$ 31 bilhões, enquanto a Azure, da Microsoft, cresceu 39% nas vendas e a receita do Google Cloud avançou 32%.
Questionado sobre estar possivelmente perdendo a corrida da AI, Jassy disse que o setor ainda estava engatinhando, que a empresa está se esforçando para cortar custos e que a AWS é mais segura que as concorrentes.
Investidores também torceram o nariz para o guidance de curto prazo, considerado conservador.
A Amazon espera um lucro operacional entre US$ 15,5 bilhões a US$ 20,5 bilhões de julho a setembro, enquanto o consenso apontava US$ 19,4 bilhões.
Já as vendas devem ficar entre US$ 174 bilhões e US$ 179,5 bilhões, contra US$ 173,2 bilhões de estimativa do mercado.
“Há uma nota de cautela no guidance de lucro para o terceiro trimestre indicando que, como foi o caso no segundo trimestre, ainda há potencial para surpresas [negativas] em termos de tarifas e da crescente competição de AI,” Sky Canaves, analista da EMarketer, disse à Bloomberg.
“Ao longo do primeiro semestre, não vimos diminuição da demanda nem aumento significativo dos preços” em virtude de tarifas, disse Jassy, destacando que ainda há muita incerteza sobre como a questão se desenrolará no resto do ano.
A Amazon vale US$ 2,32 trilhões na Bolsa.