Apesar de todas as incertezas de 2022, a Eletrobras vai fechando o ano com uma história clara: uma estatal privatizada que tem tudo para capturar uma série de benefícios oriundos desse processo.

“Como não comprar Eletrobras?” pergunta o Citi, que começou a cobrir a empresa hoje com esta recomendação.

Para o analista Antonio Junqueira, depois de um turnaround que deve durar 2-3 anos, a Eletrobras tem tudo para se transformar numa grande pagadora de dividendos.

No cenário bullish desenhado por Junqueira, o caminho da empresa será repleto de triggers e oportunidades de criação de valor.

O primeira deles é a redução de despesas, que na visão do analista pode alcançar 60%. O segundo ponto é uma limpeza no balanço, com soluções para imbróglios envolvendo empréstimos compulsórios e a Amazonas Energia.

Além disso, Junqueira espera uma melhor gestão das participações minoritárias e co-controle que a Eletrobras tem hoje. “A Eletrobras vai vender a participação na Cemar? Comprar as hidrelétricas de Belo Monte e Jirau?” questiona o analista.

Se o CEO Wilson Ferreira Jr. capturar todas essas oportunidades, Junqueira estima que o dividend yield da Eletrobras poderá chegar a 15% em 2025.

O principal risco para o cenário bullish é o comportamento do preço da energia, que por um bom tempo não acompanhou a inflação no Brasil. “É um risco setorial, não específico da empresa,” disse o analista, que recomendou a compra dizendo que “vale à pena correr o risco desse cenário setorial bearish”.

O Citi tem um preço-alvo de R$ 60 para a ação ON (que negocia a R$ 46) e de R$ 66 para a PN (que sai a R$ 47,50 hoje).