A Sequoia Capital e a Paradigm estão investindo US$ 1,15 bilhão para ter uma participação minoritária na Citadel Securities, o negócio de market maker do Citadel, o hedge fund de Ken Griffin.
A transação – antecipada pelo Wall Street Journal – avalia a Citadel Securities em US$ 22 bilhões. É a primeira vez que a Citadel recebe um investimento externo – e a primeira vez que investidores do Vale do Silício investem numa companhia incumbente de Wall Street.
A Citadel Securities foi criada em 2002 e é administrada separadamente do hedge fund. A empresa se transformou num gigante no mercado americano de opções e de ações, e vem investindo na modernização das estruturas do mercado.
Ela atende investidores de varejo e também institucionais – nesse braço, são mais de 1.600 clientes, incluindo fundos soberanos e bancos centrais do mundo.
A Citadel Securities diz que responde por cerca de 27% das transações com ações no mercado americano – grande parte desse volume vem do processamento de ordens para corretoras online, como a Robinhood. Esse relacionamento com a Robinhood gerou críticas à Citadel porque o modelo de ‘payment for flow’ – em que a Citadel Securities paga à corretora pelo direito de processar as ordens – pode gerar um conflito de agência. (A Sequoia é também um dos investidores do Robinhood.)
As receitas da Citadel Securities cresceram na pandemia, alcançando US$ 6,7 bilhões em 2020, quase o dobro em relação a 2018. Com o acordo, a Citadel Securities terá recursos para se expandir globalmente e, possivelmente, fazer um IPO no futuro. A empresa já tem escritórios em 50 países.
A Citadel Securities é liderada pelo CEO Peng Zhao desde 2017. Com o fechamento do negócio, Alfred Lin, sócio da Sequoia, terá um assento no conselho.
A Sequoia, que tem cerca de US$ 80 bilhões sob gestão, é conhecida por investimentos em empresas como Airbnb, Google e Nubank.
A Paradigm foi criada por Fred Ehrsam, o co-fundador da Coinbase; e Matt Huang, que liderou investimentos em criptomoedas na Sequoia.
A gestora tem foco em criptomoedas e Web3 – uma nova versão da internet que vai rodar em blockchain – áreas em que a Citadel Securities deve crescer no futuro à medida que a regulação desse produtos avançar. Até o momento, Griffin tem sido cético em relação às criptomoedas e evitou negociar moedas digitais em seus negócios, segundo o The Wall Street Journal.
Antes de fechar o negócio anunciado hoje, Griffin considerou um IPO do hedge fund em 2015 e chegou a negociar a venda de uma participação nos dois negócios para o Blackstone em 2019.
O Citadel – o hedge fund – tem US$ 43 bilhões sob gestão.