O CEO da CVC, Leonel Andrade, acaba de renunciar ao cargo — deixando a companhia sem CEO e CFO num momento crítico, fontes a par do assunto disseram ao Brazil Journal.
Um dos CEOs mais respeitados pelo mercado, Leonel assumiu o cargo logo que a pandemia começou. Atravessou o período de maior incerteza do setor de turismo mundial, com os aviões no chão e os hotéis fechados. Mais recentemente, renegociou um acordo com os debenturistas da CVC para alongar dívidas da ordem de R$ 700 milhões.
A CVC já está trabalhando com um headhunter para encontrar um substituto. Segundo uma fonte a par do assunto, Leonel decidiu não esperar o substituto por estar “cansado.”
A renúncia acontece um mês depois do CFO Marcelo Kopel também deixar a companhia e num momento em que a companhia ainda precisa arredondar sua estrutura de capital.
Como parte da recente renegociação da dívida a CVC se comprometeu a fazer um follow-on de pelo menos R$ 125 milhões até novembro deste ano, dos quais R$ 75 milhões seriam usados para amortizar dívidas.
A saída repentina de Leonel também vem em meio a uma situação operacional complexa. No primeiro tri, a CVC reportou números que decepcionaram o mercado, com um prejuízo de R$ 128 mi e um take rate pressionado.
A ação da CVC foi uma das maiores baixas do Ibovespa hoje, caindo 7,2% mesmo antes do anúncio da renúncia.
O principal acionista da CVC é o Opportunity, que tem cerca de 20% do capital. A companhia vale R$ 780 milhões na Bolsa.
Na semana passada, uma conselheira da companhia também renunciou ao cargo: Lilian Maria Guimarães, que é especializada na área gestão de pessoas.