O Carlyle acaba de contratar Harvey Schwartz, o ex-COO da Goldman Sachs, como seu novo CEO — concluindo um longo processo de sucessão com um executivo com ampla experiência no setor financeiro.

A contratação vem sete meses depois de Kewsong Lee renunciar ao cargo de CEO depois de desavenças com os fundadores do Carlyle sobre as prioridades e o controle do negócio.

De lá para cá, um dos fundadores, Bill Conway, tem atuado como CEO interino enquanto a empresa buscava um substituto.

Schwartz vai assumir o comando de uma das maiores gestoras de private equity do mundo, com US$ 369 bilhões em ativos sob gestão, mas num momento desafiador para o negócio.

O Carlyle tem crescido menos que seus concorrentes (como o KKR e a Blackstone) — e sua ação também tem performado pior. Uma das estratégias que a firma vinha apostando era crescer no segmento de crédito, mas até agora os resultados não foram significativos.

O momento do setor como um todo também não é dos melhores.

Os juros altos têm tornado mais difícil para as gestoras captar recursos — com muitas delas tendo que voltar atrás em suas metas iniciais de captação num momento em que fundos de pensão, endowments e outros investidores institucionais estão sobrealocados em private equity.

O novo CEO do Carlyle passou praticamente toda sua carreira na Goldman, onde começou a trabalhar em 1997 como um trader de moedas e commodities. Em 2012, ele foi promovido a CFO e, quatro anos depois, tornou-se o co-COO e co-presidente junto com David Solomon.

Schwartz deixou a Goldman em 2018 depois de perder uma disputa interna com Solomon pelo cargo de CEO.

Segundo o Dealbook, Schwartz tem reputação de ser um trabalhador duro, mas um chefe difícil e com uma cabeça fechada. “Ele tendia a tratar os subordinados de maneira diferente dependendo de quão úteis eles eram para seus objetivos,” diz o site do NYT.

A ação do Carlyle deve responder bem ao anúncio.

“Acreditamos que a falta de um CEO tem sido um overhang sobre a ação, então o anúncio de um novo, particularmente um do calibre de Schwartz, é positivo para a ação,” um analista disse ao Financial Times.